O Ceará registrou, até o momento, seis casos suspeitos de febre
chikungunya. Três deles foram confirmados, sendo dois em Fortaleza e um
no município de Brejo Santo. De acordo com nota técnica emitida ontem
pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), em todas as ocasiões, a doença
foi transmitida no exterior.
Os três pacientes confirmados com a doença
realizaram viagens à República Dominicana, país que hoje sofre com uma
epidemia da moléstia. Existe atualmente um caso suspeito em
investigação, procedente do Suriname.
Na última terça-feira, o Ministério da Saúde divulgou que, ao todo,
houve 51 registros da febre chikungunya no Brasil. Trinta e sete deles
foram importados, ou seja, as pessoas contraíram a doença em viagens a
outros países. Entretanto, as outras 16 notificações correspondem a
situações autóctones, o que significa que a doença foi contraída no
território nacional. Dois aconteceram em Oiapoque, no Amapá, enquanto os
outros 14 são de Feira de Santana, na Bahia. Nenhum dos pacientes
possui registro de viagem internacional.
Medidas
Na última quarta-feira (24), o ministro da Saúde, Arthur Chioro,
alertou que é possível que o Brasil enfrente uma epidemia da febre
chikungunya. Chioro afirmou que ainda não se pode estimar como a doença
evoluirá no País, pois ainda não se consegue dimensionar o número de
casos nem a velocidade de transmissão do mal.
Equipes de emergência do Ministério da Saúde foram enviadas às duas
cidades com casos autóctones para tentar bloquear o vírus e garantir um
maior controle da doença.
O ministro colocou ainda que o Brasil estabeleceu, em 2012, um plano de
contingência da doença, tendo em vista a progressão do vírus na América
Latina e em outros países, que já se colocava como risco.
O Ministério da Saúde está trabalhando em conjunto com as secretarias
estaduais e municipais de saúde, para evitar que a doença se espalhe.
Transmissão
A febre chikungunya é causada por um agente denominado Alphavirus e é
transmitida pelo mesmo vetor da dengue e da febre amarela, a fêmea do
mosquito Aedes aegypti e pelo mosquito Aedes albopictus, espécie mais
comum em áreas rurais. A doença, pode se manifestar clinicamente sob as
formas aguda, subaguda e crônica.
Intensidade
Os sintomas são similares aos da dengue, contudo são mais intensos. Os
principais indícios são febre acima de 39 graus, com início repentino,
além de dores intensas nas articulações dos pés e das mãos (dedos,
tornozelos e pulsos). Pode ocorrer também dor de cabeça e dores nos
músculos, além de manchas vermelhas na pele.
A enfermidade, entretanto, notifica menos casos de letalidade que a
dengue. Estima-se que, em 30% dos casos, a doença não desenvolva
sintomas. Nas ocorrências mais graves, as sequelas das dores articulares
podem permanecer por um longo período de tempo, mesmo após a cura do
mal. Além disso, é possível contrair ao mesmo tempo a dengue e a febre
chikungunya.
Não existe um tratamento específico para a doença. Os sintomas são
tratados com medicação para febre e anti-inflamatórios para dores
articulares, sempre sob orientação médica. Não é recomendado o uso de
AAS, devido ao risco de hemorragia.
Como não existe uma vacina para a doença, a maneira mais adequada de
prevenção é combater os mosquitos transmissores, evitando o acúmulo de
água parada.
Com informações do Diário do Nordeste
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