A polêmica Lei Menino Bernardo (Lei da Palmada), que
visa a combater a aplicação de castigos físicos e tratamento cruel ou
degradante contra crianças, entrou em vigor nesta sexta-feira (27), com a
publicação no Diário Oficial da União. Segundo a lei, pais
e responsáveis que agirem dessa maneira ficam sujeitos a advertência;
encaminhamento a tratamento psicológico, cursos de orientação e programa
de proteção à família; e obrigação de conduzir a criança a tratamento
especializado; independentemente de outras sanções previstas.
A lei define castigo físico como a "ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da força física sobre a criança ou o adolescente que resulte em sofrimento físico ou lesão". Já o tratamento cruel ou degradante é a "conduta ou forma cruel de tratamento em relação à criança ou ao adolescente que humilhe ou ameace gravemente ou ridicularize”.
Estão sujeitos às mesmas sanções aplicáveis aos pais e responsáveis os agentes públicos executores de medidas socioeducativas.
A presidente Dilma Rousseff vetou dispositivo inserido pela Câmara
dos Deputados que ampliava a relação de profissionais sujeitos a multa
em caso de não comunicação às autoridades de casos de maus tratos contra
criança ou adolescente. Hoje, de acordo com o Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA), podem ser responsabilizados, nessa situação, médicos,
professores e diretores de estabelecimento de saúde ou ensino. A
mudança vetada incluía profissionais de assistência social e qualquer
ocupante de cargo, emprego ou função pública.
Na justificativa do veto, Dilma diz que a
ampliação "acabaria por obrigar profissionais sem habilitações
específicas e cujas atribuições não guardariam qualquer relação com a
temática".
A nova lei determina, ainda, que União, estados, Distrito Federal e
municípios deverão atuar de forma articulada na elaboração de políticas
públicas e na execução de ações destinadas a coibir o uso de castigo
físico ou de tratamento cruel ou degradante e difundir formas não
violentas de educação de crianças e de adolescentes.
O projeto que deu origem à lei (PLC 58/2014),
de autoria do próprio Poder Executivo, tramitou durante quase quatro
anos na Câmara, enfrentando resistência de alguns setores. Enviado ao
Senado no fim de maio, foi aprovado pelo Plenário no início de junho, em votação simbólica.
A proposta, que se tornou conhecida como Lei da Palmada, acabou
rebatizada como Lei Menino Bernardo em homenagem ao garoto gaúcho
Bernardo Boldrini, de 11 anos, cujo corpo foi encontrado em abril,
enterrado às margens de uma estrada em Frederico Westphalen (RS). O pai e
a madrasta são suspeitos de terem participação na morte do garoto.
Com informações da Agência Senado de Noticias
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