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| (Foto:Reprodução / Internet) |
O Ceará tem 18.776 mandados de prisão não cumpridos pela Justiça. O
número é maior do que o total de vagas disponíveis nas penitenciárias do Estado: 12.043. Se todos os mandados fossem executados, a população carcerária do Estado cresceria 89%.
Alguns
mandados foram expedidos em 2001. Outros, mais recentes, têm validade
de até 30 anos. Os dados, fornecidos pelo Conselho Nacional de Justiça
(CNJ), apontam que o Estado é o oitavo do Brasil com maior quantidade
de mandados em aberto. No Nordeste, o Ceará fica em 3º lugar, atrás
apenas de Pernambuco e Bahia.
Em todo o País, há mais de
500 mil mandados de prisão preventiva e definitiva não cumpridos. Um
mesmo réu pode ter vários mandados de prisão por crimes distintos. No
entanto, o sistema de contagem do CNJ mostra apenas o volume bruto de
mandados, sem distinguir quais deles são para as mesmas pessoas.
A
Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus) informou que o excedente
carcerário no Estado é de 8.870 presos - no total, há 20.913 internos.
“Ainda
neste ano, o sistema penitenciário cearense deve ganhar quase três mil
novas vagas. Entre elas, está uma cadeia regionalizada que deve otimizar
o cumprimento da pena no interior do Estado, melhorando a gestão das
vagas”, afirmou a Sejus.
Para o defensor público e professor
da Unifor Emerson Castelo Branco, existe desinteresse em cumprir esses
mandados, já que não há capacidade para alocar essa quantidade de
presos. “A estrutura não comporta a quantidade de crimes que é
praticada. Hoje só há um caminho para a justiça penal funcionar com o
mínimo de eficácia: concentrar todas as suas ações em crimes mais
graves, como latrocínio, homicídio, sequestro, tráfico de drogas,
estupro”, analisou.
Castelo Branco argumentou ainda que é
preciso haver mais foco na prevenção em vez de repressão. Segundo ele, o
Estado deveria estar presente em locais de crime em potencial para
evitá-los e ter fiscalização mais efetiva.
A construção de
novas cadeias não irá prevenir novos crimes. “Eficiência é reduzir os
índices de crimes e aumentar a segurança da população. A eficiência não
está na punição somente. O objetivo não é se vingar do criminoso, mas
diminuir a violência”, defende.
Recentemente, o Governo do Estado construiu duas novas unidades penitenciárias, que já estão lotadas.
A Sejus, que teve mudança de titular, com saída de Hélio Leitão e chegada de Socorro França, afirmou que estuda soluções para o problema.
A Sejus, que teve mudança de titular, com saída de Hélio Leitão e chegada de Socorro França, afirmou que estuda soluções para o problema.
“A
Sejus tem trabalhado em alternativas ao encarceramento, com ações como o
incentivo ao tornozelamento e uma conjunta, com o sistema de Justiça,
para reduzir a quantidade de presos provisórios”, informou o órgão
por meio de nota.
As informações são do O Povo Online

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