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| Foto: Divulgação/APEOC |
Do dia em que foi confirmada a paralisação de professores da rede
estadual de ensino, em 25 de abril, até hoje, 102 dias já se passaram.
No período, a proposta de destinação de recursos para a Educação feita
pelo governador Camilo Santana (PT) passou de R$ 18 milhões para R$ 80
milhões. Mesmo com o avanço, a maioria dos quase mil professores
presentes na última assembleia, realizada sábado, 30, apoiou a
manutenção da greve.
“Esses R$ 80 milhões ainda correm risco de serem perdidos”, avaliou
Anísio Melo, presidente do Sindicato dos Professores e Servidores da
Educação e Cultura do Estado e Municípios do Ceará (Apeoc), em coletiva
de imprensa ontem. “O Governo fica protelando a efetivação das
propostas”, pontuou.
Alem disso, segundo Melo, o orçamento
proposto já ultrapassou o limite de alerta e está se aproximando do
limite prudencial imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal — que é
46,17% da receita líquida do Estado. Esse excesso pode comprometer
ganhos conquistados.
Para o professor George Bezerra, 33,
a Apeoc está acatando as propostas do Governo. O ajuste salarial a
partir da data-base, 1º de janeiro — o chamado retroativo —, não é uma
proposta defendida pelo sindicato, critica George. “Eles (o sindicato)
não representam um monte de gente”.
Dentre as proposições do
sindicato estão o reajuste salarial de 12,67% e o fim do embarreiramento
profissional, que permite a evolução da carreira sem a dependência de
titulação (graduação e pós-graduação). O reajuste salarial proposto pelo
Governo, até agora, foi de até 9,8%.
“Ameaças”
A
professora Cícera Barbosa, 31, acredita que a manutenção da greve dará
retorno positivo à categoria. Entretanto, ela critica “as ameaças que
trabalhadores temporários estão sofrendo”. Segundo ela, as ameaças
estariam partindo da Secretaria da Educação do Estado (Seduc) para
manter os professores temporários em exercício e acabar a greve. “Os
outros professores é que estão segurando a barra. A gente só luta porque a
gente acredita”, ressalta.
A Seduc, por meio de nota,
afirma que a proposta construída no dia 30 de julho é a última de
valorização salarial. A pasta, contudo, ressalta que está aberta ao
diálogo. A Seduc diz ainda que adota medidas legais cabíveis para
efetivos e temporários, já que a greve foi suspensa e não houve acordo
de retorno às atividades. “Não procede a informação de que a Secretaria
tem intenção de ameaçar os profissionais”.
Em entrevista ao O
POVO na última segunda-feira, 1º, Idilvan Alencar, titular da Seduc,
afirmou que nenhuma das escolas está sem funcionar por causa da
paralisação, apenas o quadro de funcionários está menor. O secretário
disse ainda que, apesar da greve, não haverá perda do ano letivo.
Saiba mais
Das 709 escolas da rede estadual, cerca de 530 (75%) estão funcionando normalmente. Do total de escolas, 37 (5,3%) estão ocupadas.
Conforme a assessoria
de comunicação da Apeoc, a greve dos professores estaduais, que já
ultrapassa os 100 dias corridos, é a maior paralisação na rede pública
estadual.
As informações são do O Povo Online


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