O relator da lei orçamentária de 2016, deputado Ricardo Barros (PP-PR),
disse que pretende propor um corte de R$ 10 bilhões na previsão de
despesas com o Bolsa Família no ano que vem. O valor equivale a 35% do
total de R$ 28,8 bilhões direcionados ao programa no projeto encaminhado
ao Congresso pelo governo.
"No Bolsa Família há uma grande rotatividade. As famílias que estão
no programa serão mantidas e as que saem não serão substituídas, é
simples o raciocínio", afirmou o parlamentar.
Ele argumentou que 60% dos beneficiários do programa trabalham e,
diante da dificuldade de equilibrar as contas públicas, é preferível
atuar para manter esses empregos do que preservar o programa.
"Precisamos ser racionais, e não agir com emoção, não vou votar um orçamento deficitário", afirmou.
O projeto encaminhado pelo governo ao Congresso em agosto previa um
deficit de R$ 30,5 bilhões. Para cobrir o rombo, a equipe econômica
propôs um pacote de medidas, sendo a principal a recriação da CPMF, com
arrecadação anual estimada em R$ 32 bilhões.
Para o relator, a aprovação do tributo se mostrou inviável, por isso não pretende incluir essas receitas em seu projeto.
Para cobrir o buraco de R$ 30 bilhões, além do corte no Bolsa Família
ele também pretende promover outras reduções de gastos, ainda em
estudo, e também não descarta prever uma elevação da Cide (tributo sobre
combustíveis).
"Eu quero votar um orçamento em que o mercado acredite", afirmou.
As informações são da Folhapress
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