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Rodrigo Gularte usou pranchas de surfe para esconder 12
pacotes de cocaína
( Foto: AP Photo/Dita Alangkara)
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O fuzilamento do brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira,
de 53 anos, e de outras cinco pessoas na Indonésia neste sábado (17)
reacendeu o debate sobre a pena de morte em todo o mundo. As seis execuções deste fim de semana foram as primeiras das 20 que
estão programadas para este ano. Entre elas, está a do brasileiro,
Rodrigo Gularte, de 42 anos, que tem o fuzilamento previsto para
fevereiro.
Gularte foi preso em 2004 por tentar entrar no país com 6 kg de
cocaína. Ele usou oito pranchas de surfe para esconder 12 pacotes da
droga.
Além de Gularte, mais de cem pessoas estão no corredor da morte indonésio.
Críticas
Diversas organizações internacionais e autoridades se manifestaram
contra a aplicação da pena de morte, principalmente, em casos
relacionados ao tráfico de drogas. A Anistia Internacional declarou que
execuções são um retrocesso e que devem ser interrompidas imediatamente.
“A pena de morte é uma violação dos direitos humanos", disse Rupert
Abbott, diretor de pesquisa da AI para o Sudeste Asiático e o Pacífico,
em comunicado.
A ONG Human Rights Watch, que luta pelos direitos humanos, dise que a
aplicação da pena de morte para presos por tráfico de drogas é
intolerável e lembrou que o direito internacional tem tolerado a
execução de prisioneiros condenados por crimes mais graves, quando há
lesão corporal grave ou morte.
O Alto Comissariado das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos e o
Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime também condenam a
aplicação da pena de morte para condenações relacionadas a drogas.
A Alta Representante da União Europeia para Política Externa e
Segurança, Federica Mogherini, lamentou as execuções na Indonésia e
disse, em nome da organização, que a morte dos “seis condenados (...)
por delitos de drogas é profundamente lamentável”.
Relações diplomáticas
A presidente Dilma Rousseff manifestou sua "consternação" e
"indignação" após confirmada a morte de Marco Archer e convocou o
embaixador brasileiro no país asiático para consultas, uma atitude que,
na diplomacia, é interpretada como um estremecimento nas relações entre
dois países.
O governo indonésio, por sua vez, defendeu que as leis do país devem
ser respeitadas: "Podemos entender a reação do mundo e dos países que
têm cidadãos que foram executados. No entanto, cada país deve respeitar
as leis aplicadas em nosso país", disse o procurador-geral da Indonésia,
Muhammad Prasetyo.
— Com isso [as execuções], mandamos uma mensagem clara para os membros
dos cartéis do narcotráfico. Não há clemência para os traficantes.
Com informações do portal R7
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