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quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Não uso do cinto de segurança gera 64,2 infrações por dia no Ceará

De janeiro a agosto de 2014, 12.330 multas foram aplicadas nas rodovias que cruzam o Ceará devido ao não uso do cinto de segurança por parte de condutores e, principalmente, de passageiros. Uma média de 64,2 infrações são registradas por dia. Segundo o Departamento Estadual de Trânsito (Detran/CE), a infração está entre as dez mais registradas no Estado.
A maior parte das irregularidades foi flagrada nas estradas estaduais, totalizando 7.604 penalidades - o que representa 61,67% do total. Em relação a 2013, as sanções aplicadas nos oito primeiros meses deste ano representam 65,42% das 18.846 registradas em todo o ano passado.
Embora o número de infrações tenha diminuído 34,5% nos últimos dois anos, segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), ainda é preocupante a quantidade de condutores e passageiros que ignoram a legislação. Conforme o levantamento mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o tema, divulgado em 2010, aponta que aproximadamente 27% dos brasileiros desrespeitam a norma.
Para o presidente da Associação de Psicólogos do Trânsito do Ceará, Wagner Paiva, cabe ao poder público fortalecer as campanhas de trânsito voltadas ao uso do cinto e ao cumprimento de outras normas que podem evitar acidentes fatais. "E não é para ser uma campanha simples, para ser feita só durante a Semana Nacional do Trânsito. É para ser feito um trabalho de seis meses a um ano, conscientizando as pessoas", aponta.
Paiva destaca que empresas privadas cuja atuação está diretamente relacionada ao trânsito, também deveriam participar dessa iniciativa, ainda que através de novas leis. "É uma questão de responsabilidade social dessas empresas", frisa.
Resistência
Mesmo sendo igualmente perigosa, a não utilização do cinto de segurança no banco traseiro ainda enfrenta muita resistência. De acordo com estudos da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), apenas 3% dos adultos e 20% das crianças usam o equipamento nos assentos traseiros.
Em um acidente frontal, a 50 quilômetros por hora, o corpo de uma criança de 20 quilos é projetado para frente, provocando um impacto de 300 quilos.
No caso de um adulto de 60 quilos, o corpo é arremessado para frente pesando mais de uma tonelada. A pessoa projetada poderá ferir mortalmente também quem estiver sentado na frente ou ser jogada para fora do veículo. Quarenta por cento das mortes ocasionadas em acidentes de trânsito são causadas por choque contra o para-brisas, o marco do para-brisas ou o painel de instrumentos.
Levantamento
De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), o uso do cinto de segurança no banco da frente reduz o perigo de morte em 45%. Já no banco traseiro, a queda do risco chega a 75%.
De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), um veículo trafegar sem que todos seus ocupantes estejam usando cinto de segurança é infração grave. A multa é de R$ 127,69 e soma cinco pontos na carteira.
A obrigatoriedade do uso do cinto de segurança para condutor e passageiros em todas as vias do território nacional está prevista no Art. 65 do CTB, salvo em situações regulamentadas pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran).
O Núcleo de Comunicação Social, da 16ª Superintendência da PRF/CE chama atenção para a questão, alertando que o cinto de segurança dos automóveis é um dos principais dispositivos de segurança capazes de salvar vidas e diminuir a severidade das lesões no trânsito.
Colisão frontal
O risco do não uso do cinto de segurança não é apenas para a pessoa que está sem o cinto, mas também para aqueles que estão à frente no veículo. Em uma colisão frontal, o viajante do banco de trás é imediatamente projetado para frente e para o alto, podendo atingir os outros passageiros do carro.
A Rede de Hospitais Sarah Kubitschek, no ano passado, divulgou informações que mostravam que 80% dos passageiros do banco frontal poderiam ter as vidas salvas se os cintos do banco de trás fossem usados com maior regularidade.
O uso do cinto de segurança é uma forma de proteger vidas. Ao entrar no veículo, todos os passageiros devem usá-lo, principalmente os que vão no banco traseiro do carro, conforme a PRF. "Afivelar o cinto no banco traseiro é tão ou mais importante do que no dianteiro. O passageiro que fica atrás pode ser arremessado para frente, em uma batida, bater contra o vidro ou atingir o próprio motorista ou a pessoa que vai no banco do carona", aponta o órgão.

Com informações do Diário do Nordeste

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