De janeiro a agosto de 2014, 12.330 multas foram aplicadas nas rodovias que cruzam o Ceará devido ao não uso do cinto de segurança por
parte de condutores e, principalmente, de passageiros. Uma média de 64,2
infrações são registradas por dia. Segundo o Departamento Estadual de
Trânsito (Detran/CE), a infração está entre as dez mais registradas no Estado.
A maior parte das irregularidades foi flagrada nas estradas estaduais,
totalizando 7.604 penalidades - o que representa 61,67% do total. Em
relação a 2013, as sanções aplicadas nos oito primeiros meses deste ano
representam 65,42% das 18.846 registradas em todo o ano passado.
Embora o número de infrações tenha diminuído 34,5% nos últimos dois
anos, segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), ainda é
preocupante a quantidade de condutores e passageiros que ignoram a
legislação. Conforme o levantamento mais recente do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o tema, divulgado em 2010,
aponta que aproximadamente 27% dos brasileiros desrespeitam a norma.
Para o presidente da Associação de Psicólogos do Trânsito do Ceará,
Wagner Paiva, cabe ao poder público fortalecer as campanhas de trânsito
voltadas ao uso do cinto e ao cumprimento de outras normas que podem
evitar acidentes fatais. "E não é para ser uma campanha simples, para
ser feita só durante a Semana Nacional do Trânsito. É para ser feito um
trabalho de seis meses a um ano, conscientizando as pessoas", aponta.
Paiva destaca que empresas privadas cuja atuação está diretamente
relacionada ao trânsito, também deveriam participar dessa iniciativa,
ainda que através de novas leis. "É uma questão de responsabilidade
social dessas empresas", frisa.
Resistência
Mesmo sendo igualmente perigosa, a não utilização do cinto de segurança
no banco traseiro ainda enfrenta muita resistência. De acordo com
estudos da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT),
apenas 3% dos adultos e 20% das crianças usam o equipamento nos assentos
traseiros.
Em um acidente frontal, a 50 quilômetros por hora, o corpo de uma
criança de 20 quilos é projetado para frente, provocando um impacto de
300 quilos.
No caso de um adulto de 60 quilos, o corpo é arremessado para frente
pesando mais de uma tonelada. A pessoa projetada poderá ferir
mortalmente também quem estiver sentado na frente ou ser jogada para
fora do veículo. Quarenta por cento das mortes ocasionadas em acidentes
de trânsito são causadas por choque contra o para-brisas, o marco do
para-brisas ou o painel de instrumentos.
Levantamento
De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Medicina de
Tráfego (Abramet), o uso do cinto de segurança no banco da frente reduz o
perigo de morte em 45%. Já no banco traseiro, a queda do risco chega a
75%.
De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), um veículo
trafegar sem que todos seus ocupantes estejam usando cinto de segurança é
infração grave. A multa é de R$ 127,69 e soma cinco pontos na carteira.
A obrigatoriedade do uso do cinto de segurança para condutor e
passageiros em todas as vias do território nacional está prevista no
Art. 65 do CTB, salvo em situações regulamentadas pelo Conselho Nacional
de Trânsito (Contran).
O Núcleo de Comunicação Social, da 16ª Superintendência da PRF/CE chama
atenção para a questão, alertando que o cinto de segurança dos
automóveis é um dos principais dispositivos de segurança capazes de
salvar vidas e diminuir a severidade das lesões no trânsito.
Colisão frontal
O risco do não uso do cinto de segurança não é apenas para a pessoa que
está sem o cinto, mas também para aqueles que estão à frente no
veículo. Em uma colisão frontal, o viajante do banco de trás é
imediatamente projetado para frente e para o alto, podendo atingir os
outros passageiros do carro.
A Rede de Hospitais Sarah Kubitschek, no ano passado, divulgou
informações que mostravam que 80% dos passageiros do banco frontal
poderiam ter as vidas salvas se os cintos do banco de trás fossem usados
com maior regularidade.
O uso do cinto de segurança é uma forma de proteger vidas. Ao entrar no
veículo, todos os passageiros devem usá-lo, principalmente os que vão
no banco traseiro do carro, conforme a PRF. "Afivelar o cinto no banco
traseiro é tão ou mais importante do que no dianteiro. O passageiro que
fica atrás pode ser arremessado para frente, em uma batida, bater contra
o vidro ou atingir o próprio motorista ou a pessoa que vai no banco do
carona", aponta o órgão.
Com informações do Diário do Nordeste
Com informações do Diário do Nordeste
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