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sábado, 20 de setembro de 2014

Resultado abaixo do esperado no Ideb surpreende governo

Diferentemente da medição no Ensino Fundamental, em que os 
testes são aplicados de forma censitária, nos três últimos anos 
da educação básica a prova é feita por amostragem 
(Foto: Helosa Araujo)
O resultado aquém do esperado atingido pelo Ceará no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) relativo ao Ensino Médio, no ano de 2013, causou surpresa ao governo do Estado. A expectativa era de que o desempenho dos estudantes subisse, ainda que timidamente, em comparação à avaliação anterior, feita em 2011, ou, pelo menos, se mantivesse no mesmo nível, que foi de 3,4 pontos. A queda para 3,3 na nota mais recente causou estranhamento ao titular da Secretaria da Educação do Estado (Seduc), Maurício Holanda.
De acordo com o gestor, o resultado apontado pelo Índice não condiz com a real situação do Ensino Médio no Ceará, tendo em vista o gradual aumento nas aprovações dos estudantes concludentes deste nível de ensino em universidades públicas. "Isso não bate com a realidade do que vem sendo feito. Nos surpreendeu que 16 Estados tenham caído", observa Maurício.
Segundo o secretário, o governo estadual solicitou do Ministério da Educação (MEC) informações mais detalhadas sobre a forma como a avaliação foi aplicada nas escolas, a fim de esclarecer o porquê da diminuição da nota. A resposta do órgão federal, entretanto, ainda não veio.

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Diferentemente da medição no Ensino Fundamental, em que os testes são aplicados de maneira censitária, ou seja, a todos os alunos, nos três últimos anos da educação básica a prova é feita por amostragem e, por isso, apresenta margem de erro. "Temos conhecimento pouco detalhado do índice. Solicitamos do MEC qual foi a amostra prevista e a realizada. Embora a gente ache que esta é uma metodologia válida, a variação de erro é maior", pondera o gestor.
Novo modelo
Para Maurício Holanda, a maneira mais eficiente e precisa de calcular o desempenho dos Estados no Ideb seria a avaliação das notas dos alunos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O próprio MEC estuda a possibilidade de pôr em prática este modelo de cálculo do Índice, que hoje é formado pela prova do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), composto pelas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, e pela taxa de aprovação escolar.
"A gente tem um número muito significativo de alunos que fazem o Enem. Acreditamos que isso pode gerar um dado mais confiável", ressalta Maurício. Segundo a Seduc, o Estado desenvolve diversas ações para incentivar os estudantes a comparecer ao Exame, como o "Enem, chego junto, chego bem". Meta para este ano é conseguir 90% de frequência na prova.
Na visão do secretário, apesar de apresentar margem de erro, o Ideb ainda é a ferramenta mais importante para mensurar a qualidade da Educação no País. "É a forma de a gente transformar um indicador complexo numa informação simples. As pessoas que não são da área da Educação, mas que se importam com o setor, podem entender o que está acontecendo. É um índice muito relevante que deve ser mantido", destaca Maurício.
Ensino Fundamental
Se nas séries preparatórias para o ingresso à universidade o resultado do Ideb chamou a atenção de maneira negativa, por outro lado, no Ensino Fundamental o Ceará se saiu bem na avaliação. Nos anos iniciais (até a 5ª série) a meta de 3,9 pontos foi superada, chegando à nota 5. Enquanto isso, nos anos finais (até a 9ª série), a projeção de 3,6 também foi ultrapassada, alcançando 4,1 pontos na avaliação.
"A educação é um investimento de longo prazo. É natural que as melhorias venham primeiro no Ensino Fundamental", avalia Maurício. De acordo com o gestor, o resultado positivo nesta modalidade, hoje, irá influenciar no avanço do Ensino Médio em alguns anos.
O município de Sobral, melhor classificado no Ideb do Estado, destacou-se também em nível nacional. De acordo com o secretário de Educação local, Júlio César Alexandre, o resultado coloca a cidade em 5º lugar do Brasil no Ensino Fundamental até o 5º ano, com nota 7,8; e 9ºlugar nacional até o 9º Ano. "Devemos levar em conta que as escolas que ficaram na nossa frente são de municípios bem menores, com 80, 100 alunos apenas", diz.
Já o município de Ibaretama, avaliado como um dos mais atrasados no índice, está traçando o Plano Municipal de Educação para definir estratégias de desenvolvimento da área, segundo a administração local. "Estamos investindo na valorização dos profissionais para reverter o índice", aponta o secretário de Administração de Ibaretama, Karpegeanne Vieira. "A gente entende que, desde o início da gestão, já conseguiu fazer alguma coisa, mas é preciso fazer muito mais".

Com informações do Diario do Nordeste

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