Diferentemente da medição no Ensino Fundamental, em que os testes são aplicados de forma censitária, nos três últimos anos da educação básica a prova é feita por amostragem (Foto: Helosa Araujo) |
O resultado aquém do esperado atingido pelo Ceará no Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) relativo ao Ensino Médio, no
ano de 2013, causou surpresa ao governo do Estado. A expectativa era de
que o desempenho dos estudantes subisse, ainda que timidamente, em
comparação à avaliação anterior, feita em 2011, ou, pelo menos, se
mantivesse no mesmo nível, que foi de 3,4 pontos. A queda para 3,3 na
nota mais recente causou estranhamento ao titular da Secretaria da
Educação do Estado (Seduc), Maurício Holanda.
De acordo com o gestor, o resultado apontado pelo Índice não condiz com
a real situação do Ensino Médio no Ceará, tendo em vista o gradual
aumento nas aprovações dos estudantes concludentes deste nível de ensino
em universidades públicas. "Isso não bate com a realidade do que vem
sendo feito. Nos surpreendeu que 16 Estados tenham caído", observa
Maurício.
Segundo o secretário, o governo estadual solicitou do Ministério da
Educação (MEC) informações mais detalhadas sobre a forma como a
avaliação foi aplicada nas escolas, a fim de esclarecer o porquê da
diminuição da nota. A resposta do órgão federal, entretanto, ainda não
veio.
LEI TAMBÉM:
- Granja supera meta do Ibep apenas no ciclo inicial do ensino fundamental
Diferentemente da medição no Ensino Fundamental, em que os testes são aplicados de maneira censitária, ou seja, a todos os alunos, nos três últimos anos da educação básica a prova é feita por amostragem e, por isso, apresenta margem de erro. "Temos conhecimento pouco detalhado do índice. Solicitamos do MEC qual foi a amostra prevista e a realizada. Embora a gente ache que esta é uma metodologia válida, a variação de erro é maior", pondera o gestor.
- Granja supera meta do Ibep apenas no ciclo inicial do ensino fundamental
Diferentemente da medição no Ensino Fundamental, em que os testes são aplicados de maneira censitária, ou seja, a todos os alunos, nos três últimos anos da educação básica a prova é feita por amostragem e, por isso, apresenta margem de erro. "Temos conhecimento pouco detalhado do índice. Solicitamos do MEC qual foi a amostra prevista e a realizada. Embora a gente ache que esta é uma metodologia válida, a variação de erro é maior", pondera o gestor.
Novo modelo
Para Maurício Holanda, a maneira mais eficiente e precisa de calcular o
desempenho dos Estados no Ideb seria a avaliação das notas dos alunos
no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O próprio MEC estuda a
possibilidade de pôr em prática este modelo de cálculo do Índice, que
hoje é formado pela prova do Sistema de Avaliação da Educação Básica
(Saeb), composto pelas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, e
pela taxa de aprovação escolar.
"A gente tem um número muito significativo de alunos que fazem o Enem.
Acreditamos que isso pode gerar um dado mais confiável", ressalta
Maurício. Segundo a Seduc, o Estado desenvolve diversas ações para
incentivar os estudantes a comparecer ao Exame, como o "Enem, chego
junto, chego bem". Meta para este ano é conseguir 90% de frequência na
prova.
Na visão do secretário, apesar de apresentar margem de erro, o Ideb
ainda é a ferramenta mais importante para mensurar a qualidade da
Educação no País. "É a forma de a gente transformar um indicador
complexo numa informação simples. As pessoas que não são da área da
Educação, mas que se importam com o setor, podem entender o que está
acontecendo. É um índice muito relevante que deve ser mantido", destaca
Maurício.
Ensino Fundamental
Se nas séries preparatórias para o ingresso à universidade o resultado
do Ideb chamou a atenção de maneira negativa, por outro lado, no Ensino
Fundamental o Ceará se saiu bem na avaliação. Nos anos iniciais (até a
5ª série) a meta de 3,9 pontos foi superada, chegando à nota 5. Enquanto
isso, nos anos finais (até a 9ª série), a projeção de 3,6 também foi
ultrapassada, alcançando 4,1 pontos na avaliação.
"A educação é um investimento de longo prazo. É natural que as
melhorias venham primeiro no Ensino Fundamental", avalia Maurício. De
acordo com o gestor, o resultado positivo nesta modalidade, hoje, irá
influenciar no avanço do Ensino Médio em alguns anos.
O município de Sobral, melhor classificado no Ideb do Estado,
destacou-se também em nível nacional. De acordo com o secretário de
Educação local, Júlio César Alexandre, o resultado coloca a cidade em 5º
lugar do Brasil no Ensino Fundamental até o 5º ano, com nota 7,8; e
9ºlugar nacional até o 9º Ano. "Devemos levar em conta que as escolas
que ficaram na nossa frente são de municípios bem menores, com 80, 100
alunos apenas", diz.
Já o município de Ibaretama, avaliado como um dos mais atrasados no
índice, está traçando o Plano Municipal de Educação para definir
estratégias de desenvolvimento da área, segundo a administração local.
"Estamos investindo na valorização dos profissionais para reverter o
índice", aponta o secretário de Administração de Ibaretama, Karpegeanne
Vieira. "A gente entende que, desde o início da gestão, já conseguiu
fazer alguma coisa, mas é preciso fazer muito mais".
Com informações do Diario do Nordeste
Nenhum comentário:
Postar um comentário