Em algumas cidades, o abastecimento só está sendo possível através do programa Operação Pipa, do Governo Federal (Foto: Reprodução/Internet) |
Os números, no entanto,
podem crescer nos próximos meses, conforme avaliam os gestores nos
municípios. Em algumas cidades, o abastecimento só está sendo possível através do
programa de distribuição hídrica criado pelo Governo Federal,
popularmente conhecido como Operação Pipa, desenvolvido no Ceará pelo
Exército Brasileiro, por meio do 23º Batalhão de Caçadores, sediado em
Fortaleza, e da Defesa Civil do Estado. Há regiões, no entanto, onde a
distribuição é difícil, seja pela distância ou pela falta de condições
de deslocamento às comunidades.
Em Antonina do Norte, por exemplo, a situação é classificada como
caótica pelo secretário de Agricultura do município, Antônio Dias de
Andrade. A barragem Mamoeiro, responsável pelo abastecimento de grande
parte do município, possui somente 15% de sua capacidade total de
armazenamento. O Açude do Coronel, outro importante reservatório, teve
suas águas condenadas pela Defesa Civil do Estado, após laudo
laboratorial que classificou as águas represadas como impróprias. Há
receio de que as águas ainda existentes no Mamoeiro não sejam
suficientes para que o abastecimento aconteça até o final deste ano.
No município de Salitre, as comunidades mais afetadas com a falta de
abastecimento são Arapuca, Água Branca, Baixiinho, Lagoa dos Crioulos,
Açude Novo e Bulandeiras. "Infelizmente a realidade é essa. Só que a
situação se complicou no município por inteiro. O abastecimento só tem
sido possível por meio dos carros-pipas. A seca é total", garante o
secretário dos Recursos Hídricos, João Costa. Conforme afirmou, a água
utilizada pela operação de distribuição hídrica é proveniente de
Araripina (PE) por conta das deficiências também registradas em
municípios vizinhos no Ceará.
A população de Araripe também enfrenta dificuldades de abastecimento
por conta da diminuição na reserva hídrica do município. Mesmo tendo
sido registrada uma quadra invernosa regular este ano, os reservatórios
não captaram água suficiente para suprir a demanda de abastecimento até o
próximo ano, segundo afirma o secretário do Desenvolvimento Agrário
Econômico local, Rutemberg Fortaleza. O principal reservatório do
município é o da Alagoinha que possui, atualmente, apenas 30% de toda
sua capacidade.
O município já estuda a realização de racionamento na distribuição da
água. "Existe essa possibilidade. Se o consumo de mantiver da forma como
vem acontecendo, existe possibilidade de racionamento na distribuição",
disse Fortaleza.
Conforme o coronel Ricardo Rodrigues, chefe da Assessoria de
Comunicação da Coordenadoria de Defesa Civil do Estado, em alguns
municípios da região do Cariri houve diminuição no número de operações
por conta da regularidade pluviométrica registrada durante a quadra
invernosa deste ano.
"É possível uma nova análise das situações, Conforme a necessidade, um
novo plano pode ser criado para ampliar, ou não, a utilização dos
carros-pipa nestes municípios", informou.
Com informações do Diário do Nordeste
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