Líder da disputa eleitoral, a presidente Dilma Rousseff foi o
principal alvo do debate entre os presidenciáveis realizado pela TV
Record na noite de ontem (28), ao mesmo tempo que o candidato do PSDB,
Aécio Neves, poupou a candidata do PSB, Marina Silva. Sob a mira
constante dos adversários, Dilma, candidata à reeleição pelo PT, pediu
por quatro vezes direito de resposta, sendo atendida em somente um
deles.
As denúncias de corrupção na Petrobras foram o tema
preferencial dos ataques à petista, mas ela também foi criticado em
outras áreas como segurança pública, política externa e energia.
“Ao
longo da minha vida, eu tenho tido tolerância zero com a corrupção”,
disse Dilma em uma de suas respostas sobre as acusações de
irregularidades na Petrobras.
A presidente disse ter sido “a
única” candidata a apresentar propostas de combate à corrupção, como a
criminalização do caixa dois eleitoral.
Mas a presidente não
gastou seu tempo só para se defender. Ela também criticou seus dois
principais rivais em um debate que teve uma série de duelos diretos
entre ela, Marina e Aécio.
Contra Marina, a presidente cobrou
coerência e acusou a rival de mudar de posição com frequência. Contra
Aécio, Dilma rebateu as críticas sobre a economia e disse que o governo
do PSDB, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso “quebrou o país por
três vezes”.
Já Aécio concentrou sua artilharia muito mais em
Dilma do que em Marina, num movimento que foi comentado após o debate
pelo coordenador da campanha marineira, Walter Feldman.
“Eu
acredito que foi mais leve em relação aos outros debates, mas
principalmente nos programas de televisão, a Marinha vinha sendo muito
atacada pelo PSDB, o que não é correto do ponto de vista das mudanças
que o Brasil precisa fazer que, neste momento, é tirando Dilma”,
comentou.
Apesar de ter poupado a candidata do PSB, Aécio usou
suas considerações finais para afirmar que Dilma e Marina brigam entre
si, embora ele próprio tenha criticado por diversas vezes a presidente.
“Eu me preparei para brigar do seu lado”, afirmou o tucano, dirigindo-se ao telespectador.
PRIVATIZAÇÃO
Dilma,
que chegou a olhar algumas vezes para anotações durante suas
considerações finais, tentou usar a velha estratégia petista de que o
PSDB é favorável à privatização da Petrobras, mas acabou dando a Aécio a
chance de atacá-la por conta das denúncias de corrupção na empresa.
“As
denúncias não cessam”, disparou o tucano, lembrando que Dilma foi
presidente do Conselho de Administração da estatal quando era ministra
do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Há um sentimento de indignação”, completou.
Outros
candidatos também foram para cima de Dilma por conta das denúncias
envolvendo a Petrobras, como Levy Fidelix (PRTB) e pastor Everaldo
(PSC).
Marina voltou a criticar o que chamou de “boatos e
mentiras” que estariam sendo divulgadas a seu respeito pelos rivais e
afirmou que a política de Dilma para o setor de etanol foi um
“fracasso”.
Sobre as afirmações de que ela acabaria com o Bolsa
Família, ela afirmou que, em seu governo, quem decidirá sobre a
manutenção do programa será “a sociedade”, mas prometeu que manterá as
conquistas alcançadas em outros governos.
Aécio não perdeu a
oportunidade para se mostrar mais firme que a candidata do PSB, ao dizer
num governo seu, “ serei eu que vou decidir” e garantiu que não somente
vai manter o Bolsa Família como vai aprimoro.
Da Agência Reuters, com informações do msn.com
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