O número de
apreensões de crianças e adolescentes no Ceará neste ano já ultrapassou a
barreira de mil.Somente em janeiro e fevereiro de 2014,foram
apreendidos 1.013 meninos com idade até 18 anos.Os dados são da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).
Se comparado ao mesmo período do ano passado,o total de 2014 é superior em 195 casos.Além disso,a média de apreensões por mês em 2014 é de 506.Já em 2013,é de 438.O que mostra maior atuação de crianças e adolescentes no mundo do crime ou ação policial mais precisa.
Motivação
Além
disso,ainda de acordo com os dados da secretaria,o principal tipo de
infração cometida por esses jovens é o crime violento contra o
patrimônio (24,73%),como roubos.Em seguida,aparece o tráfico lícito
de drogas,que somado ao consumo de drogas,são os delitos cometidos por
20,24% das apreensões.
“Não se pode
responsabilizar somente as drogas por esse resultado [número de
apreensões].Há uma série de deficiências no que se refere às políticas
voltadas para a juventude,isso sem falar no contexto de vulnerabilidade
social em que muitos jovens e adolescentes vivem”,pondera Ricardo
Moura,que é pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência (LEV).
Aliado
a isso,as escolas não conseguem ser um espaço atrativo e acolhedor
para esse público.“Temos então uma série de condições que propiciam o
ingresso desse jovem e adolescente em redes criminosas que se alimentam
do comércio ilegal de armas de fogo e drogas.E,o mais preocupante,é
que esse recrutamento para o mundo do crime ocorre cada vez mais cedo”.
Solução?
Em
um período em que o estado e, principalmente,Fortaleza passam por uma
forte onda de violência,medidas devem ser adotadas para minimizar os
números e reverter o quadro.“O primeiro passo é encarar a nossa
juventude como uma fonte potencial de riquezas e não apenas como um
problema social”.
Já o segundo passo,seria reformular os centros educacionais para cumprir realmente o que
determina o Estatuto da Criança e do Adolescente.Superlotados e sem as
condições necessárias,essas unidades dificilmente conseguirão oferecer
uma possibilidade real de mudança de vida aos adolescentes internados.
Com informações do Tribuna do Ceará
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