A classe A foi a única a aumentar o consumo de cigarro nos últimos
seis anos,aponta estudo da Universidade Federal de São Paulo(Unifesp), divulgado hoje (11).Na contramão da média nacional,com queda de 20%
no uso de tabaco,a população mais rica do país elevou o consumo de
cigarros em 110%,entre 2006 e 2012.
A pesquisadora Ana Cecília Marques,que participa do estudo,acredita que,no momento da decisão sobre comprar ou não um maço de
cigarros,o dinheiro no bolso pesa mais que alta escolaridade e maior
esclarecimento sobre os efeitos nocivos do fumo.“Embora a classe
econômica mais privilegiada tenha mais conhecimento,o fato de ter
dinheiro para comprar se torna mais importante.Eu acho que isso mostra a
importância de se pensar em aumentar o imposto, porque é um fator que
pode,muito provavelmente,ser mais eficaz que campanhas de conhecimento
de que o cigarro faz mal”,defendeu.
Desde o final de 2011,o governo estipulou aumento gradativo da carga
tributária sobre os cigarros e do preço mínimo para a venda do maço.
Segundo a pesquisa,o percentual de fumantes da classe A,em 2006,era 5,2%;e subiu para 10,9%,no ano passado.Nas outras camadas
sociais,houve redução.Na classe B,passou de 14,7%,em 2006;para
12,7%,em 2012;na classe C,caiu de 21,8% para 19,1%;na faixa D,recuou de 22,7% para 19%;e na E,houve redução de 24,9% para 22,9%.
O estudo comparou os consumos nas diferentes regiões do país.Apesar
de ter apresentado queda,o Sul despontou como a que mais consumiu
cigarros: 20,2% em 2012,contra 25,9% em 2006.Os fumantes nas demais
regiões do Brasil também diminuíram: Norte (20%),Sudeste (19%),Nordeste (18%) e Centro-Oeste (15%).
Metade dos entrevistados admitiu já ter experimentado cigarro pelo
menos uma vez na vida e,desses,51% continuaram fumando.A maioria dos
fumantes (73%) disse que tentaria parar de fumar se tivesse acesso a
tratamento gratuito.
Outro aspecto abordado pelo estudo foram os indicadores de
dependência.Um deles é fumar o primeiro cigarro até cinco minutos após
acordar – 25,3% admitiram essa necessidade em 2012,contra 17,9% em
2006.Achar difícil ou bem difícil passar um dia sem fumar foi outro
indicador usado para avaliar a dependência: 67,8% admitiram essa
dificuldade no ano passado,ante 59% em 2006.Os fumantes que tentaram
parar de fumar e não conseguiram diminuíram,passando de 72% em 2006
para 63% no ano passado.
Os dados fazem parte do Levantamento Nacional de Álcool e Drogas
(Lenad).Foram ouvidos mais de 3 mil brasileiros com mais de 14 anos em
2006,e 4,6 mil participantes em 2012.As entrevistas foram feitas em
quase 150 municípios.Com informações da Agência Brasil
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