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quarta-feira, 22 de maio de 2013

PMDB decide barrar reforma do ICMS no Senado

Peemedebistas defenderam barrar projeto do ICMS,mas negam crise(Foto:Valter Campanatto
Decisão é uma reação ao pedido do governo de tirar projeto que reduz dívidas de estados e municípios com a União da CFT.Partido rejeita crise,apesar de críticas governistas à atuação da bancada peemedebista na Câmara durante a MP dos Portos

Os sinais de crise entre o PMDB e o governo federal ficaram mais fortes nesta terça-feira (21).A bancada do PMDB no Senado decidiu paralisar a reforma do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS),em tramitação na Casa,caso o governo cumpra a promessa de retirar da pauta da Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara o projeto de lei que reduz as dívidas dos estados e prefeituras com a União.
Para o governo,a reforma do ICMS tramita atrelada ao projeto do indexador da dívida dos estados e à Medida Provisória 599/12,que cria o fundo de compensação para as perdas de arrecadação decorrentes da redução nas alíquotas do ICMS.Nesta segunda-feira(20),o ministro da Fazenda,Guido Mantega,informou,por meio de assessoria,que o motivo da retirada do projeto é uma mudança no texto que aumenta os descontos em 45%.A modificação foi feita pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ),que considera que ela custará mais R$ 15 bilhões à União.
Segundo o líder do PMDB no Senado,Eunício Oliveira (CE),os três projetos que tramitam no Congresso formam um tripé indissociável. “Se suspender o projeto da Câmara,derruba tudo.Se o governo tirar uma, as outras duas não andam.É um tripé:a resolução,a criação do fundo e a convalidação dos incentivos já dados pelos estados às empresas.Sem isso,não tem como considerar a questão do ICMS”,afirmou.
O partido decidiu esperar um posicionamento do governo sobre o tema para liberar a votação da reforma do ICMS.“Cabe ao Executivo manter ou não a retirada do projeto.Isso é um tripé.Sem isso,não tem como considerar a questão do ICMS.O projeto do ICMS está em stand by até que o governo se pronuncie”,disse Eunício.
Para o vice-presidente da República,Michel Temer,as movimentações de ontem(21) em torno da reforma do ICMS não a ameaçam.“Você sabe que uma ou outra divergência às vezes é natural,mas compete a nós todos,tanto Legislativo quanto Executivo,dialogar”,disse.Ele participou de um evento do partido realizado no Senado.
Desagravo
Com esta estratégia,o governo tenta isolar o líder do PMDB na Câmara,Eduardo Cunha,dentro da própria bancada.Durante a votação da Medida Provisória 595/12,a MP dos Portos,na semana passada,o parlamentar enfrentou o governo e o irritou ao tentar mudar o texto enviado pelo Palácio do Planalto e por ter dificultado a votação da matéria ao ter levado o partido a votar quase completamente unida contra o governo.
No entanto,Eunício minimizou a ofensiva do governo e afirmou que o partido está unido.“Não existe esta história de isolar ninguém dentro do partido.Como vamos isolar um companheiro?”,questionou.Além de ter atuado contra interesses do governo na MP dos Portos,Cunha é o relator do PLC 283/13.Ao site,mais cedo,ele disse que não tomaria nenhuma atitude contra a determinação do Executivo em retirar o texto de pauta.
O líder do governo no Congresso,Eduardo Braga (PMDB-AM),negou que a decisão do governo tenha sido uma retaliação a Cunha.“O governo já tinha tomado esta decisão.Tanto é que o relator da MP 599 é o senador Walter Pinheiro [PT-BA] e ela está caindo na mão dele.Como é retaliação se a MP que tem prazo certo e relator do PT está caindo? Não existe essa lógica,essa lógica não é verdadeira”,disse.



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