Deputado José Riva (PSD) já teve bens bloqueados(Foto:TVConquista) |
Réu em mais de cem ações cíveis e penais em Mato Grosso,com quatro
condenações em primeira instância,o deputado estadual José Riva (PSD)
já teve bens bloqueados,perdeu funções administrativas na Assembleia
Legislativa e, 2010,o mandato.
A cada eleição,porém,retorna mais forte,apoiado em somas recordes de votos.
Às vésperas de assumir pela sexta vez a presidência do Legislativo em
Mato Grosso,o capixaba de 53 anos se prepara para realizar um sonho
antigo:tornar-se governador.
Em votação antecipada e com chapa única,Riva foi reeleito com 23 votos a favor e apenas um contrário.
Em 2014,com as esperadas saídas do governador Silval Barbosa (PMDB),para a disputa ao Senado,e de seu vice,Chico Daltro (PSD),cotado para
o Tribunal de Contas do Estado,Riva será o próximo na linha
sucessória.
Apontado como favorito a cada período pré-eleitoral,jamais concorreu ao
governo.O motivo seria o risco de perder a eleição e o foro
privilegiado.
Riva se equilibra em uma corda bamba judicial desde 2002,quando
operação da Polícia Federal descobriu indícios de um milionário esquema
de fraudes envolvendo fornecedores de bens e serviços da Assembleia.
As investigações apontam que,entre 1999 e 2003,cerca de 1.800 cheques
da Casa foram expedidos para pagar bens e serviços que,segundo a
Promotoria,não passavam de peças de ficção.
PATRIMÔNIO MAIOR
De 1998 a 2002,seu patrimônio declarado registrou salto de 1300%:de R$
122 mil a R$ 1,8 milhão.Em 2010,ele declarou R$ 1,59 milhão.
"As empresas eram de fachada",diz o promotor Célio Fúrio,da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público.
Entre os fornecedores,segundo a Promotoria,constava uma firma individual aberta um mês após a morte de seu suposto fundador.
Os valores supostamente desviados são estimados em mais de R$ 200 milhões.
A lista de denúncias propostas pelo Ministério Público contra Riva
inclui acusações de improbidade administrativa,peculato,fraude em
licitações,nepotismo cruzado e desvio de verbas públicas.
Em dez anos,a tramitação dos casos no Judiciário mato-grossense avançou pouco.
Riva recorreu e conseguiu suspender no STJ (Superior Tribunal de
Justiça) o trâmite dos processos,argumentando que só poderia ter sido
investigado por determinação de tribunal superior.As ações penais,embora recebidas no Tribunal de Justiça,foram suspensas pela
Assembleia.
Em dezembro,ele fez um pronunciamento em plenário em que se disse
vítima de "perseguição política"."A Receita Federal já fez uma devassa
na minha vida.Sou inocente",afirmou ele.
Folha de Sao Paulo
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