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quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Acidentes de trânsito mataram quase 1 milhão entre 1980 e 2011

Um total de 980.838 pessoas morreu em acidentes de trânsito no Brasil entre 1980 e 2011,segundo estudo divulgado nesta quinta-feira (21) pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso),em parceria com o Centro Brasileiro de Estudos Latino-americanos (Cebela) . 
No período analisado,o número de vítimas fatais nas ruas e estradas mais que dobrou,passando de 20.203 em 1980 para 43.256 em 2011.Segundo o estudo,o grande aumento no número de mortes no trânsito foi influenciado pelo crescimento da frota de veículos,além das omissões das autoridades."As instituições que por determinação legal deveriam assumir a responsabilidade por uma mobilidade segura se eximem dela,colocando a culpa nas vítimas",diz o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz,coordenador de Estudos sobre a Violência da Flacso e autor do relatório.
O estudo,elaborado com base em dados do Ministério da Saúde,mostra que a criação de um Código de Trânsito mais rigoroso em 1998 apresentou resultados provisórios bem-sucedidos,mas,que agora,já perdeu seu efeito.O número de mortos no trânsito cresceu gradualmente até 35.620 em 1997.Em 1998,esse número caiu para 30.890 e,em 2000,para 28.995,em parte,por influência de uma legislação mais severa.No entanto,o número de mortes voltou a crescer nos anos seguintes até alcançar em 2011 o recorde de 43.256 vítimas fatais em acidentes de trânsito.Ainda de acordo com o relatório,há uma "tendência evidente" de que o ritmo continue aumentando nos próximos anos.
O cenário preocupante faz com que o Brasil ocupasse em 2011 a 33º posição dos países com mais violência no trânsito em ranking elaborado pela Organização Mundial da Saúde (OMS),com uma taxa de 22,5 mortos a cada cem mil habitantes.A lista é liderada pela República Dominicana,com uma taxa de 41,7 óbitos para cada cem mil habitantes,mas cujo número absoluto de mortes (4.143) no mesmo ano foi quase dez vezes inferior ao registrado no Brasil.
Motociclistas
O estudo da Flasco e da Cebela também identificou uma significativa mudança na estrutura da violência do trânsito a partir de 1996."Enquanto o número de pedestres mortos caiu 52,1% entre 1996 (24.643) e 2011 (11.805),o de motociclistas subiu 932,1% desde 1996 (1.421) até 2011 (14.666)",diz o estudo.As mortes entre ciclistas (203,9%) e motoristas (72,9%) também aumentaram durante este período,mas em um ritmo menor.
O número de mortes de motociclistas que era de 4% do total em 1996 passou para 33,9% em 2011,enquanto o de pedestres era de 69,8% em 1996 e caiu para 27,3% em 2011.As mortes de motociclistas subiram 15% por ano e passaram a ser um terço do total em 2011."Os motociclistas constituem na atualidade o fator impulsor de nossa violência cotidiana nas ruas",diz o responsável pelo estudo.
Com informações da Revista Época

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