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João Batista foi condenado pela Justiça Federal(Foto:TSE) |
O ex-prefeito de Itapajé,João Batista Braga (PTB),foi condenado
pela Justiça Federal por improbidade administrativa e teve os direitos
políticos suspensos por cinco anos.Ele é mais um cearense envolvido na
chamada “máfia dos sanguessugas”,um dos maiores escândalos da política
nacional,que veio à tona em 2006 e envolve mais de 300 pessoas,entre
prefeitos, empresários e parlamentares.No mesmo processo,há nova
condenação para o ex-deputado federal Francisco Almeida de Lima,o
Almeida de Jesus.
Batista Braga (pai do atual prefeito de
Itapajé) é acusado de,junto com Almeida de Jesus,direcionar licitações
na compra de ambulâncias e material médico para a prefeitura de
Itapajé.Na semana passada,a Justiça Federal já havia condenado Almeida em processo semelhante,referente a licitações no município de Ibiapina.Na
condenação,o juiz Júlio Rodrigues Coelho Neto,da 18ª Vara Federal do
Ceará,diz que a principal irregularidade foi verificada em um contrato,de 2002,para a compra de uma ambulância e seus equipamentos,totalizando R$ 82.500.A licitação,de acordo com o juiz,deveria ter
sido do tipo tomada de preços,em que se faz uma pesquisa para que as
empresas interessadas apresentem propostas.Porém,a contratação das
empresas ocorreu através de convite, sem qualquer justificativa da
Prefeitura de Itapajé.
As empresas são a Klass Comércio e
Representações Ltda. e a Enir Rodrigues de Jesus – EPP,então
pertencentes à família Vedoin.Os Vedoin comandavam o grupo empresarial
acusado de venda superfaturada de ambulâncias a prefeituras de todo o
Brasil.Na decisão,consta que Batista Braga limitou sua defesa a dizer
que o recurso do convênio havia sido devidamente aplicado,mas sem
apresentar nenhuma prova documental capaz de contrariar a denúncia do
Ministério Público Federal.
Prejuízo e multa
O
juiz considera que houve prejuízo de cerca de R$ 21.995 aos cofres
públicos e determina que o valor seja ressarcido pelos réus. Os dois
foram condenados também a pagar uma multa no valor de R$ 20 mil.Almeida
de Jesus perdeu seus direitos políticos por oito anos e Batista Braga
por cinco anos.Eles estão impedidos também de contratar com o poder
público e de receber benefícios fiscais. Ambos podem recorrer da
decisão.
Para entender
O “escândalo dos
sanguessugas”ou “máfia das ambulâncias” veio à tona em 2006,quando a
Polícia Federal deflagrou uma operação para desarticular uma quadrilha
que operava em âmbito nacional. De acordo com as investigações,parlamentares do Congresso Nacional destinavam emendas individuais do
Orçamento às prefeituras para a compra de ambulâncias.
Com
os recursos,o grupo manipulava licitações para a compra dos veículos.Os preços da licitação eram superfaturados.O que “sobrava” do custo
real das ambulâncias era dividido entre os membros do esquema.De acordo
com a PF,o esquema envolveu a compra de mais de mil ambulâncias em
todo o Brasil,movimentando cerca de R$ 110 milhões.
O
escândalo envolveu o maior número de parlamentares em todas as
legislaturas.Em 2006,uma CPI resultou na abertura de processos de
cassação contra 69 deputados - entre eles o cearense José Airton (PT) - e
três senadores.Ninguém foi cassado.
Ex-prefeito retirou candidatura na véspera da eleição
João
Batista Braga foi prefeito de Itapajé de 1997 a 2004.Tentou ser
novamente eleito em 2008,mas foi derrotado por Pedro Marques (PP).
No ano passado,Braga seria novamente candidato,mas foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa e não pôde concorrer.
Lançando
mão de uma manobra verificada em vários municípios,Braga desistiu da
candidatura um dia antes da eleição. Em seu lugar,colocou como
candidato o filho,Ciro Braga (PTB),que venceu a eleição contra Pedro
Marques,que disputava reeleição.
Para barrar a candidatura
de Batista Braga o Tribunal Regional Eleitoral levou em conta os
vários processos de contas reprovadas do ex-prefeito no Tribunal de
Contas dos Municípios (TCM),referentes ao tempo em que ele era
prefeito de Itapajé.
O Povo
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