Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil |
O estupro coletivo de uma adolescente de 16 anos, no
Rio de Janeiro, que chocou o País, está provocando uma onda de
mobilizações nas redes sociais contra a cultura do estupro e os diversos
tipos de violência contra a mulher. Em Fortaleza, mulheres organizam
protestos para os dias 1° e 4 de junho.
O ato denominado “Por todas elas” está sendo
divulgado em várias cidades do Brasil, através do Facebook, para o dia
1° de junho. Em Fortaleza, a expectativa é de que seja feita uma
concentração na Praça do Ferreira, no Centro, com caminhada até a Praça
da Gentilândia, no Bairro Benfica.
No sábado (4), está previsto outro ato na Avenida Beira-Mar: o protesto “Meu corpo é só meu”.
A psicóloga Jéssica Rosa é uma das mobilizadores e destaca que
a iniciativa de reunir as pessoas no sábado se dá pela dificuldade de
algumas em estarem presentes em manifestações durante a semana.
Os atos em repúdio à violência contra a mulher ganharam força após
imagens do estupro de uma adolescente de 16 anos, violentada por 33
homens, serem divulgadas nas redes sociais pelos próprios suspeitos do
crime.
O vídeo começou a ser compartilhado na noite da quarta-feira (25), e
despertou uma enxurrada de comentários – uns em tom de revolta e
comoção, outros em tom jocoso. A exposição do caso também mobilizou
centenas de denúncias ao Ministério Público do Rio de Janeiro.
“Fundamental”
A socióloga e professora da Universidade Federal do Ceará (UFC) Gema
Esmeraldo pontua que é fundamental que a mobilização das mulheres contra
os diversos tipos de violências sofridas no cotidiano.
“Quando temos essa chamada para manifestações em nível nacional,
reflete a postura das mulheres de se solidarizarem, porque elas se veem
na situação dessa garota. É a manifestação de um coletivo que
cotidianamente vive outros tipos de violência, não só física, também
psicológica, no mercado de trabalho onde é discriminada; no ambiente
familiar”, indica Gema, que estuda movimentos feministas.
O último Anuário Brasileiro de Segurança Pública,
com dados de 2014, mostrou que, no Brasil, uma mulher é estuprada a cada
11 minutos. Uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(Ipea) também de 2014 revelou que 26% dos entrevistados consideram que
“mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas”.
“É fundamental que as mulheres se manifestem contra uma sociedade que
ainda é masculina, machista e patriarcal”, ressalta Gema. Para ela, as
mobilizações para expor a situação da mulher na sociedade são processos
de formação política, tanto subjetiva como coletiva, fundamentais para
se reconstruir o papel da mulher.
As informações são de Tribuna do Ceará Online
Nenhum comentário:
Postar um comentário