O deputado Sérgio Aguiar (Pros) fez pronunciamento, hoje, 21, na sessão plenária, para
anunciar que, na próxima segunda-feira (26), às 11 horas, dirigentes e
prefeitos da Aprece farão, na sede da Assembleia Legislativa, o lançamento da Carta do
Ceará. O documento aponta a crise financeira que atravessam os
municípios e “pede a redução dos cortes que estão sangrando as finanças
públicas municipais”, conforme salientou o parlamentar.
Sérgio Aguiar explicou que a carta irá retratar a crise financeira,
provocada, principalmente, pela redução dos repasses federais. “O
segundo repasse do Fundo de Participação dos Municípios, no mês de
outubro, implicou uma queda de 0,84%, em termos reais. Com isso, a
maioria dos municípios não tiveram como fazer o repasse do duodécimo
para as câmaras municipais, incorrendo em infração na Lei de
Responsabilidade Fiscal. Ao longo do ano, o FPM já acumula redução de
3,35 bilhões, correspondentes a 15,56% de queda”.
Mesmo com a redução dos repasses, o deputado salientou que as
despesas municipais continuam se ampliando, a partir dos aumentos do
piso salarial dos professores, salário mínimo, de energia e de
combustível.
O deputado revelou ainda que as lideranças municipais terão, amanhã,
audiência com a presidente Dilma Rousseff, buscando uma alternativa às
reduções dos repasses. “A direção da Confederação Nacional dos
Municípios e a Associação Nacional dos Municípios irão tratar da queda
brutal das receitas municipais. Se não houver uma alternativa, os
municípios não terão condição de pagar o décimo terceiro e dezembro aos
servidores”, alertou.
Segundo o deputado, os prefeitos de Acaraú , Camocim, Orós e Tauá
tomaram a decisão de cortar os maiores salários dos municípios, que são
os dos prefeitos, vice-prefeitos e secretários municipais, para evitar
cortes nos assalariados, por conta da crise que se instalou em todo o
País.
Em aparte, o deputado Roberto Mesquita (PV) observou que é nas
cidades que a população enfrenta todos os tipos de agruras. É o
município a célula mais importante da federação. E o Ceará, por ser um
estado pobre, faz com que a grande maioria dos 184 municípios tenha como
principal fonte de receita o FPM.
“Em passado não tão distante, quando se deu redução de IPI de
veículos e da chamada linha branca, os municípios tiveram grande perda
de receita. Com a crise que se vive, sem dúvida, a situação das
prefeituras é o retrato do que ocorre com a nação. É preciso reduzir
despesas, fazer faxina nas contas, cortar aluguéis de carro e parar com
despesas supérfluas”, disse.
O deputado João Jaime (DEM) avaliou que a crise nacional é muito mais
sentida nos municípios. “Todas as ações são para economizar e aumentar
impostos. As prefeituras passam por dificuldades e, em dezembro, os
municípios dificilmente irão honrar o pagamento das folhas de
pagamento”, previu.
As informações são da Assembleia Legislativa do Ceará
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