O número de acidentes em rodovias federais aumentou 50,3% entre 2004 e
2014, passando de 112,5 mil para 169 mil, como reflexo direto do
aumento da frota nacional em 136,5%. O custo social desses acidentes
atingiu R$ 12,3 bilhões no ano passado somente nas rodovias federais,
levando em conta desde gastos com saúde até a perda de capacidade de
trabalho das vítimas e, nos casos de morte, o empobrecimento da família.
A estimativa sobe para R$ 40 bilhões ao somar o impacto das estradas
municipais e estaduais. Já o custo médio por acidente foi de R$ 72,7 mil
por vítima em 2014. Em casos com morte, o valor sobe para R$ 646,7 mil.
Os dados foram apresentados nesta quarta-feira (23) pelo Instituto de Pesquisa de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea),
após estudo feito em parceria com a Polícia Rodoviária Federa (PRF).
“Esse custo recai sobre a Previdência Pública, a família e o setor
privado com a perda de produtividade”, disse o coordenador da pesquisa,
Carlos Henrique Carvalho.
A maioria dos acidentes ocorreu por batidas frontais entre veículos,
atropelamentos e saídas de pista. A colisão frontal representou apenas
4,1% do total de acidentes, mas teve participação de 33,7% no total de
mortes.
A pesquisa mostra a desatenção dos motoristas como responsável por
32,6% dos acidentes e 20,3% das mortes nas estradas. Já a direção acima
do limite de velocidade foi responsável por 10,5% dos acidentes fatais,
mas representou 13,1% das mortes.
Menos R$ 7 bi
O levantamento mostra, contudo, a redução de 7,7% no número de
acidentes em relação a 2010, quando foram verificados 183,4 mil casos
nas rodovias federais. Em 2014, as rodovias federais registraram 8.227
com vítimas fatais, contra 8.621 em 2010.
A diretora-geral da PRF, Maria Alice Souza, disse que as reduções
foram resultados de investimentos realizados a partir de 2011 para
aumentar a segurança nas estradas federais. “Nós verificamos que, com os
investimentos que fizemos nos últimos quatro anos, houve uma redução de
22% nas mortes em rodovias federais. Nós tivemos uma redução de R$ 6,9
bilhões em custo social”, afirmou.
Segundo Maria Alice, foram contratados 3 mil policiais rodoviários
desde 2011, elevando o efetivo para 10,3 mil agentes. “Os números e os
diagnósticos demonstram que se tiver a fiscalização, se tiver o policial
(na rodovia), diminui os acidentes e a mortes”, avaliou, ressaltando
que é preciso mais investimento para fiscalizar cerca de 70 km de
estradas federais no País.
Do Portal Brasil, com informações do Ipea e da PRF
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