Conforme o sindicato da categoria, 80% dos servidores
aderiram à greve (Foto: Roberto Crispim)
|
Servidores
públicos lotados no setor da saúde do município de Jardim, na região Sul do Ceará, realizaram, ontem
pela manhã, nova manifestação defronte à Prefeitura Municipal. Em greve
desde o último dia 23 de março, eles cobram reajuste na ordem de 6,41%
em seus vencimentos, bem como melhores condições para exercerem suas
funções.
Conforme o Sindicato dos Servidores Públicos de Jardim (Sindijard),
cerca de 80% dos profissionais que atuam no setor aderiram ao movimento
paredista. Entre os grevistas, estão médicos, psicólogos, dentistas,
enfermeiros, além de técnicos em Enfermagem.
A paralisação da categoria foi decidida em assembleia realizada pelo
Sindijard, no dia 12 de março, após diversas tentativas de acordo com a
Prefeitura. Nos postos de saúde e no Centro de Atendimento Psicossocial
(CPAS), os serviços estão sendo realizados, apenas, por funcionários
temporários de nível médio.
A paralisação não atingiu os serviços disponibilizados no hospital do
município. Servidores que atuam na unidade decidiram manter o
atendimento à população mesmo durante o período de paralisação.
Conforme a presidente do Sindijard, Francirleia Filgueira, uma comissão
formada em assembleia esteve reunida com o setor financeiro da
Prefeitura para que fosse apresentada a pauta reivindicatória da
categoria. "Nós estivemos reunidos com o contador da Prefeitura e, na
ocasião, foi solicitado um prazo para que o município pudesse avaliar o
impacto financeiro que o reajuste ocasionaria aos cofres da
municipalidade. O prazo, no entanto, já venceu e, até agora, ninguém dá
uma satisfação aos servidores", desabafou.
Ela afirma que a entidade tem procurado manter um canal de diálogo
aberto com a prefeita do município, Ana Leda Luz, com o objetivo de que
um consenso possa ser encontrado sem prejuízos aos servidores e ao
próprio município. No entanto, afirma a sindicalista, a gestora tem se
recusado a receber os grevistas. "Desde que a greve foi iniciada se
tenta uma reunião com a prefeita. Ela, porém, não dá a menor importância
ao movimento e não demonstra preocupação alguma em nos receber", afirma
Francirleia Filgueira.
A presidente do sindicato denuncia a prefeita do município de Jardim de
tentar diminuir a participação dos servidores ao movimento por meio da
prática de assédio moral. "A informação que temos é de que ela mandou
que fossem feitas sondagens nos locais de trabalho prometendo cortar o
ponto dos funcionários que tivessem aderido ao movimento grevista. Há
muitas reclamações e denuncias de servidores neste sentido. Muita gente
está com medo de ser prejudicado por esse tipo de ação e por conta das
ameaças feitas", disse.
A secretária de Saúde do Município de Jardim, Ana Hérica Oliveira
Rangel da Luz, avaliou que a paralisação dos profissionais vem
ocasionando um déficit significativo nos serviços que precisam ser
prestados à população local. Segundo ela, embora o atendimento no
hospital municipal permaneça sem maiores dificuldades, em postos de
saúde localizados na sede e nas regiões interioranas os atendimentos
estão precarizados.
"O prejuízo existe, evidentemente. Apenas os servidores de nível médio
estão atuando. Isso atrapalha a qualidade dos serviços e ocasiona
constrangimentos junto à população que precisa ser atendida e, por causa
da greve, acaba não encontrando os profissionais nos locais onde o
trabalho deveria estar sendo realizado", avaliou.
Segundo a secretária, a Prefeitura realiza, desde a semana passada,
estudos financeiros com a finalidade de atender às reivindicações dos
grevistas. No entanto, há dificuldade de atendimento ao pleito por conta
da falta de recursos no município. "Não é só aqui em Jardim. Na maioria
dos municípios de pequeno porte, não há dinheiro para que as ações
sejam realizadas. O recurso destinado pelo Ministério da Saúde é
insuficiente para que seja realizado o pagamento da folha dos servidores
e para efetivar as melhorias que também são cobradas por eles. A
situação financeira dos municípios é realmente muito preocupante",
observou a secretária.
Desconhecimento
Sobre o fato de a prefeita não receber os grevistas, a secretária
disse, apenas, desconhecer a informação. A reportagem tentou ouvir a
prefeita do município de Jardim, Ana Leda Luz, no número repassado pela
assessoria da gestora. O celular da prefeita, porém, estava desligado ou
fora da área de cobertura até o fechamento desta edição.
Mais informações:
Secretaria de Saúde de Jardim
Rua Teodomiro Sampaio, S/N
Telefone (88) 3555-1676
Centro
Secretaria de Saúde de Jardim
Rua Teodomiro Sampaio, S/N
Telefone (88) 3555-1676
Centro
As informações são de Roberto Crispim, colaborador do Diário do Nordeste
Nenhum comentário:
Postar um comentário