A estiagem que atinge os estados do Sudeste influenciou
consideravelmente a agricultura. A situação afeta em especial os estados
da própria região, mas impacta nos preços de alguns produtos no Ceará,
em especial as frutas e hortaliças.
Abacate, morango,
tangerina murkot, batata inglesa, batata doce e repolho roxo são
produtos que alcançaram elevação de até 60% no preço entre novembro e
janeiro deste ano. No início do ano, os preços começaram a recuar e
alcançar variações menores em relação a dezembro.
Não há
risco de desabastecimento, garantem especialistas. As regiões produtoras
de alimentos do Ceará participaram em 2014 com 49,4% do abastecimento
local. Foram 652,4 mil toneladas com movimentação financeira de R$1,2
bilhão/ano, maior recorde em 42 anos, de acordo com o analista de
mercado da Ceasa, Odálio Girão.
Odálio explicou que não haverá
crise de abastecimento porque a maior parte dos alimentos vem do
Nordeste. No entanto, o preço de alguns itens estarão elevados. “Na
falta de uma região, outra passará a produzir”, disse.
O preço
médio do quilo de abacate passou de R$ 2,87 em novembro para R$ 4,80
neste mês; alta de 67,25%. A batata doce alcançou alta de 29,4% entre os
meses, com a saca de 35kg passando de R$ 69,55 para R$ 90. No mesmo
período, alguns alimentos tiveram retração nos preços. É o caso do
abacaxi grande, que caiu 19,4%, passando de R$ 335 o cento para R$ 270.
Coco seco alcançou uma queda de 25%.
Caso os preços fiquem
inviáveis no Sudeste, a solução será comprar de outros estados ou até de
outros países, de acordo com Odálio. Ele lembrou que parte do alho
utilizado no Estado vem China. Temos cebolas da Holanda pêra, kiwi,
maça, uva e nectarina que podem vir da Argentina. “O atacadista observa a
produção nacional. Mesmo com o preço elevado, traz para não enfrentar
desabastecimento”, garante.
Ainda assim, alguns produtos têm
falta pontual. Na Central de Abastecimento do Ceará (Ceasa) em
Maracanaú, ontem, por exemplo, não estavam disponíveis banana
cascaverde, caqui, manga espada e kaitt, melão galia, orange e sapier,
tangerina comum, alface roxa, alho nacional e batata inglesa comum.
Malabarismos
Para
superar os preços mais altos e não deixar de levar as frutas para casa,
a comerciante Valdecília Silva, 49, prefere as opções que mais
compensam financeiramente. “Quando vou comprar laranja e tangerina, se a
tangerina estiver mais cara, compro mais laranja”, conta. Outra
estratégia quando as frutas estão inflacionadas é aderir às polpas. No
caso do tomate com alto custo, ela opta pelo extrato.
“Não
deixo de levar para casa, mas vou substituir pela mesma vitamina”, diz.
Não pode faltar na casa de Valdecília laranja, banana e manga. Kiwi e
maça são ideais para o caso de saladas de fruta. As frutas e verduras
representam mais da metade do gasto mensal da família com alimentos.
Saiba mais
A maior parte da carne bovina consumida no Ceará (cerca de 95% ) vem de outros estados, em especial Minas Gerais e Goiás.
O maracujá,
produzido em especial no Ceará e na Bahia, obteve uma das mais
expressivas reduções de preços entre novembro e janeiro, alcançando
42,86% de queda.
A ameixa consumida no Ceará
é totalmente importada de Santa Catarina (fresca) e Chile (seca). A
versão fresca se manteve estável entre dezembro e janeiro a R$ 60 a
caixa de 10 kg.
A China responde pelo
fornecimento de alimentos como maça importada reddel, além de alho roxo
e branco. O País tem preços competitivos e similares à produção
nacional, importada a partir do estado de Minas Gerais.
O tomate
já foi o grande vilão do aumento de preços da cesta básica de
Fortaleza. Parte da produção é proveniente do próprio Ceará, mas o
estado importa de São Paulo e Bahia, além de tomate cereja de Minas
Gerais.
A banana é uma das frutas mais
comum na mesa dos cearenses. No estado, ela aparece nas versões
cascaverde, pacovan e prata, principalmente. Além da produção local, o
estado importa de Pernambuco.
O feijão
carioquinha chegou a saltar de R$ 132,50 um saco de 60 kg em novembro
para R$ 181,50 em dezembro. Outra alta considerável foi na versão
Macassar do alimento. Entre os dois produtos houve alta de 52,05% na
saca de 60 kg.
Com informações do O Povo Online
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