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quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Seca no Sudeste eleva preços dos alimentos em até 60% no Ceará

A estiagem que atinge os estados do Sudeste influenciou consideravelmente a agricultura. A situação afeta em especial os estados da própria região, mas impacta nos preços de alguns produtos no Ceará, em especial as frutas e hortaliças.
Abacate, morango, tangerina murkot, batata inglesa, batata doce e repolho roxo são produtos que alcançaram elevação de até 60% no preço entre novembro e janeiro deste ano. No início do ano, os preços começaram a recuar e alcançar variações menores em relação a dezembro.
Não há risco de desabastecimento, garantem especialistas. As regiões produtoras de alimentos do Ceará participaram em 2014 com 49,4% do abastecimento local. Foram 652,4 mil toneladas com movimentação financeira de R$1,2 bilhão/ano, maior recorde em 42 anos, de acordo com o analista de mercado da Ceasa, Odálio Girão.
Odálio explicou que não haverá crise de abastecimento porque a maior parte dos alimentos vem do Nordeste. No entanto, o preço de alguns itens estarão elevados. “Na falta de uma região, outra passará a produzir”, disse.
O preço médio do quilo de abacate passou de R$ 2,87 em novembro para R$ 4,80 neste mês; alta de 67,25%. A batata doce alcançou alta de 29,4% entre os meses, com a saca de 35kg passando de R$ 69,55 para R$ 90. No mesmo período, alguns alimentos tiveram retração nos preços. É o caso do abacaxi grande, que caiu 19,4%, passando de R$ 335 o cento para R$ 270. Coco seco alcançou uma queda de 25%.
Caso os preços fiquem inviáveis no Sudeste, a solução será comprar de outros estados ou até de outros países, de acordo com Odálio. Ele lembrou que parte do alho utilizado no Estado vem China. Temos cebolas da Holanda pêra, kiwi, maça, uva e nectarina que podem vir da Argentina. “O atacadista observa a produção nacional. Mesmo com o preço elevado, traz para não enfrentar desabastecimento”, garante.
Ainda assim, alguns produtos têm falta pontual. Na Central de Abastecimento do Ceará (Ceasa) em Maracanaú, ontem, por exemplo, não estavam disponíveis banana cascaverde, caqui, manga espada e kaitt, melão galia, orange e sapier, tangerina comum, alface roxa, alho nacional e batata inglesa comum.
Malabarismos
Para superar os preços mais altos e não deixar de levar as frutas para casa, a comerciante Valdecília Silva, 49, prefere as opções que mais compensam financeiramente. “Quando vou comprar laranja e tangerina, se a tangerina estiver mais cara, compro mais laranja”, conta. Outra estratégia quando as frutas estão inflacionadas é aderir às polpas. No caso do tomate com alto custo, ela opta pelo extrato.
“Não deixo de levar para casa, mas vou substituir pela mesma vitamina”, diz. Não pode faltar na casa de Valdecília laranja, banana e manga. Kiwi e maça são ideais para o caso de saladas de fruta. As frutas e verduras representam mais da metade do gasto mensal da família com alimentos.
Saiba mais
A maior parte da carne bovina consumida no Ceará (cerca de 95% ) vem de outros estados, em especial Minas Gerais e Goiás.
O maracujá, produzido em especial no Ceará e na Bahia, obteve uma das mais expressivas reduções de preços entre novembro e janeiro, alcançando 42,86% de queda.
A ameixa consumida no Ceará é totalmente importada de Santa Catarina (fresca) e Chile (seca). A versão fresca se manteve estável entre dezembro e janeiro a R$ 60 a caixa de 10 kg.
A China responde pelo fornecimento de alimentos como maça importada reddel, além de alho roxo e branco. O País tem preços competitivos e similares à produção nacional, importada a partir do estado de Minas Gerais.
O tomate já foi o grande vilão do aumento de preços da cesta básica de Fortaleza. Parte da produção é proveniente do próprio Ceará, mas o estado importa de São Paulo e Bahia, além de tomate cereja de Minas Gerais. 
A banana é uma das frutas mais comum na mesa dos cearenses. No estado, ela aparece nas versões cascaverde, pacovan e prata, principalmente. Além da produção local, o estado importa de Pernambuco.
O feijão carioquinha chegou a saltar de R$ 132,50 um saco de 60 kg em novembro para R$ 181,50 em dezembro. Outra alta considerável foi na versão Macassar do alimento. Entre os dois produtos houve alta de 52,05% na saca de 60 kg. 


Com informações do O Povo Online

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