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quinta-feira, 12 de junho de 2014

Baixa reserva hídrica aponta para risco de racionamento no Ceará

Terminada a quadra invernosa de 2014,que compreende o período de fevereiro a maio,o Ceará enfrenta uma situação grave de reserva hídrica nos principais açudes.É o pior período de estiagem dos últimos 50 anos.O nível atual médio de acúmulo de água em 149 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) é de apenas 32,1%.
Diante desse quadro,aumentou o risco de desabastecimento e de racionamento de água para as cidades mais afetadas com o baixo nível dos açudes.O Estado vive uma situação de alerta e o quadro é crítico.
A partir deste mês ocorre a redução drástica das chuvas,elevação do consumo e da evaporação no período mais quente (setembro a dezembro).Resultado:a situação tende a se agravar com aumento considerável do risco de desabastecimento de água.As chuvas no período de fevereiro a maio ficaram 23,7% abaixo da média histórica.A Funceme divulgará o balanço da quadra chuvosa de 2014 amanhã,dia 13,às 9h.
No início deste ano,o nível médio dos reservatórios era de 31,25%.O nível atual é de 32,1%,ou seja,a recarga de água que ocorreu foi consumida durante o período. No final da quadra invernosa de 2013,o acúmulo médio das bacias era 42,47%,quadro menos grave que o atual.Dos 149 açudes monitorados,99 estão com nível abaixo de 30% e apenas três estão com volume acima de 90% (Curral Velho,em Morada Nova;Gavião,em Pacatuba;e Batalhão,em Crateús),que são reservatórios de pequeno porte.
Conforme relatório técnico da Cogerh considera que o Ceará enfrenta uma situação de alerta.De um total de 12 bacias hidrográficas,três estão em situação muito crítica (Sertões de Crateús,Curu e Baixo Jaguaribe). Outras três estão em situação crítica (Acaraú,Banabuiú e Litoral).Em alerta estão Salgado,Médio Jaguaribe,Serra da Ibiapaba,Coreaú e Metropolitanas.Apenas a Bacia do Alto Jaguaribe permanece em situação confortável.O fim da quadra invernosa deste ano apresenta uma situação mais grave do que o mesmo período de 2013.Onze bacias apresentam volume inferior e em apenas uma bacia (Salgado) o nível está mais elevado em 6%.A bacia de menor acúmulo de água é a dos Sertões de Crateús (3,35%),seguida de Curu (5,3%),e do Baixio Jaguaribe (9%).A situação mais confortável ocorre no Alto Jaguaribe (53,20%).Mesmo assim,está 4,5% inferior ao nível verificado em junho do ano passado.Os dois maiores açudes do Ceará,o Castanhão e o Orós,acumulam respectivamente 38,7% e 62%.Por meio do Eixão das Águas e do Canal do Trabalhador,há fornecimento de água para atender a demanda diária da Região Metropolitana da Capital.Na Bacia dos Sertões de Crateús os açudes estão secando: Flor do Campo em Novo Oriente acumula 2,86%;Carnaubal em Crateús,1,87%;Jaburu II e Cupim em Independência,1,49% e 5,39%;Colina em Quiterianópolis, 2,71.Sucesso em Tamboril,está com volume morto.
Os açudes Várzea do Boi e Trici em Tauá acumulam,respectivamente,0,48% e 0,66%.Esses índices revelam preocupação.
A barragem de Fogareiro,no município de Quixeramobim,está apenas com 10%; Serafim Dias,em Mombaça,12%;e Banabuiú na cidade homônima,17%.São José I em Boa Viagem registra somente 7%.
Na Bacia do Curu o quadro é muito crítico.Em Caridade,o Açude Desterro secou; em Canindé,os reservatórios Salão,São Mateus, Souza e Escuridão têm volume mínimo entre 0,35% a 3,7%.O General Sampaio acumula 8% e Pentecoste 3,5%. Os municípios de Canindé,Quiterianópolis,Tauá e Crateús já enfrentaram no ano passado e neste ano racionamento de água.Em Quiterianópolis, houve desabastecimento total em 2013 e a população foi socorrida com fornecimento de água por meio de carros-pipas.
A recarga não veio na quadra invernosa deste ano e,para assegurar abastecimento de água nos centros urbanos,o governo vem implantando adutora emergencial de montagem rápida.O Estado do Ceará,em parceria com o governo federal,já investiu mais de R$ 48 milhões na construção de adutoras de montagem rápida 17 municípios.Para atender à demanda crescente por água,serão implantadas novas adutoras nas cidades de Canindé,Caridade,Crateús,Nova Russas,Tauá,Caririaçu, Irauçuba,Alcântaras,Quiterianópolis,Potiretama e Maranguape.
Monitoramento
A reportagem procurou a Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh) por meio da Assessoria de Imprensa,que demonstrou impossibilidade de diretores falarem,ontem,sobre o risco de desabastecimento de água.Ficou de enviar nota, mas até o fechamento desta edição não houve retorno.
A Cagece,que é responsável pelo abastecimento na maioria das cidades do Ceará,também não respondeu às perguntas encaminhadas para a Assessoria de Comunicação.
O diretor de Operações da Cogerh,Ricardo Adeodato,disse,recentemente,que a situação de reserva hídrica no Ceará é grave,pois o Estado enfrenta três anos seguidos de seca,mas ressaltou as ações implantadas pelo governo."Planejamos desde o início do ano como se não houvesse recarga,com monitoramento semanal para que não falte água em nenhum município",frisou."No segundo semestre, vamos dar prioridade para água para o consumo humano e nenhuma cidade ficará sem abastecimento".
De acordo com a Assessoria de Imprensa da Funceme,o órgão não se pronuncia sobre risco de desabastecimento de água,racionamento e situação hídrica dos reservatórios,fornecendo apenas análise de quadra invernosa,informações sobre chuva e previsão do tempo.


Com informações do Diario do Nordeste

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