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quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Em ano eleitoral,consumidor pagará mais pela energia

Em pleno ano eleitoral,as tarifas de energia elétrica vão ficar mais caras ao consumidor.O rombo que a queda forçada nos preços de energia,em 2012,provocou no caixa das empresas do setor começará a ser coberto pelas contas de luz em 2014.
O impacto é certo,mas o seu tamanho e o momento exato em que ele ocorrerá dependerão das chuvas no próximo ano e da região onde o está o consumidor.
O reflexo será determinado também pelo resultado do leilão de energia já existente (A-1),marcado para terça-feira(17).Nele,as distribuidoras precisam contratar 6.000 MW médios,o equivalente a 15% do mercado regulado.Há dúvidas sobre se haverá oferta suficiente para atender completamente à demanda.
Para atrair o interesse das geradoras,o governo impôs um preço-teto mais alto do que o praticado em outras tentativas de leilões de energia existente promovidas neste ano e que não tiveram oferta por parte das geradoras.
Para o leilão da próxima semana,o preço-teto para contratos de um ano é de R$ 192 por MWh,ante cerca de R$ 120 por MWh dos contratos vigentes,em média.
Assim,mesmo que o leilão seja um sucesso,o preço da energia para uma parcela significativa do mercado -o volume a ser contratado equivale a até 40% do abastecimento das residências do país- será mais alto em 2014.
Já na hipótese de o leilão ser parcialmente bem-sucedido ou fracassado, a conta de luz ficaria ainda mais cara.Quanto ela encareceria é difícil prever,pois o volume que precisa ser contratado varia entre as distribuidoras.
A Eletropaulo,por exemplo,precisa comprar cerca de 3,5% da carga que tem que entregar em 2014.Já a Copel,cerca de 30%,segundo estimativas do mercado.Dependendo da data de reajuste da distribuidora,o impacto pode ser sentido só em 2015.
RISCOS
Caso as distribuidoras não consigam contratar tudo o que precisam,elas terão de comprar energia no mercado de curto prazo a preços desconhecidos,elevando o risco de alta nas tarifas.
Nesse mercado,o preço varia de acordo com a demanda,o volume de chuvas,o nível dos reservatórios das hidrelétricas e o número de térmicas ligadas.
Hoje,o MWh nesse mercado está perto de R$ 300.O valor bem mais alto do que o praticado no leilão pode reduzir o apetite das companhias pelo certame,que conta ainda com um considerável risco político. 
Por terem se recusado a renovar suas concessões,a estatal paulista Cesp e a mineira Cemig têm cerca de 2.000 MW médios disponíveis,segundo João Carlos Mello,presidente da Thymos Energia.Esse volume equivale a um terço do que precisa ser contratado na terça e,portanto,têm um peso importante no resultado do leilão.Comandadas por governos tucanos,as empresas fazem mistério sobre a sua participação.
META FRUSTRADA
As incertezas que pairam sobre o setor de energia elétrica têm origem na medida provisória 579,de 2012,que tinha o objetivo de reduzir as tarifas em 20%,em média.
Mas alguns imprevistos minaram a promessa do governo.Além de algumas empresas não terem aceitado renovar suas concessões,a falta de chuvas levou ao acionamento das térmicas.
"A redução de 20% prometida pelo governo virou 14% no final deste ano",diz Ricardo Savoia,diretor da Thymos.Nos próximos anos,esse percentual deve cair ainda mais.
Com informações da Folha de São Paulo

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