A Câmara dos Deputados aprovou,na noite desta terça-feira (3),um
projeto de resolução que altera o regimento interno da Casa para acabar
com a possibilidade de voto secreto em processos de perda de mandato e
de vetos presidenciais.
Na semana passada,o Congresso promulgou a emenda constitucional que elimina o voto secreto nos casos citados.No entanto,ainda havia a possibilidade de votação secreta no regimento interno da Casa.
Após a votação,o segundo secretário da Mesa, Simão Sessim (PP-RJ),promulgou a resolução.Para o presidente da Câmara,Henrique Eduardo
Alves (PMDB-RN),a mudança não era necessária,mas é uma garantia contra
possíveis contestações.
O projeto foi apresentado pela cúpula da Câmara após a verificação de
que o regimento ainda previa a possibilidade do voto secreto.Durante a discussão,o PT tentou incluir no projeto o fim do voto
secreto para a eleição da Mesa Diretora da Casa.No entanto,o relator
da matéria,Eliseu Padilha (PMDB-RS),rejeitou a proposta por
considerá-la uma manobra inconstitucional.
Para o líder do PR,Anthony
Garotinho (RJ),o voto aberto na eleição da Mesa aumentaria a pressão
sobre os parlamentares."Se houver voto aberto para eleição da Mesa,vamos ter interferência externa.Não vamos ter,nunca mais, eleição
isenta para presidente da Câmara,tamanha a pressão que será feita no
Plenário",disse.
Deputados do PT reclamaram da derrota e pediram "transparência total"."Queremos voto aberto para tudo",disse Sibá Machado (PT-AC).
Simão Sessim aproveitou a discussão para lembrar que a Casa tem
processos disciplinares que deverão ser votados com a nova regra em
breve.É o caso da perda do mandato do deputado preso Natan Donadon (sem
partido-RO),que cumpre pena no Complexo Penitenciário da Papuda,em
Brasília,e já teve o mandato preservado neste ano,e o processo de
suspensão de mandato do deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO).
Além deles,os deputados condenados no processo do mensalão Valdemar da
Costa Neto (PR-SP),João Paulo Cunha (PT-SP) e Pedro Henry (PP-MT)
também poderão passar pelo crivo dos colegas em um eventual processo de
perda de mandato.
Com informações da Folha de São Paulo
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