Para parlamentares do Ceará,a sugestão só terá êxito com a aprovação de outros pontos da reforma política
Nos últimos 17 anos,uma série de propostas de emenda à constituição
(PEC) foram apresentadas tanto na Câmara Federal quanto no Senado com o
objetivo de unificar a data das eleições para presidente, governador, prefeito, vereadores, deputados e senadores.Embora as propostas
prevejam redução dos custos do processo eleitoral e também maior
transparência ao eleitor,a sugestão,assim como muitas outras propostas
relacionadas à Reforma Política,permanece sem qualquer decisão
definitiva no Congresso Nacional.
No
mês passado,a ideia de unificar os pleitos no Brasil foi novamente
sugerida pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR).Na Câmara dos Deputados,pelo menos cinco outros projetos com o mesmo intuito foram apresentados
desde 1995,mas continuam sem resolução.Parlamentares cearenses
acreditam na eficiência de realizar um único pleito para todos os cargos
eletivos,defendendo que interesses de políticos e de partidos sejam
postos de lado para viabilizar pontos urgentes da Reforma Política.Para
eles,a questão deve ser priorizada neste ano.
Conforme o
deputado federal Chico Lopes (PCdoB),o financiamento exclusivamente
público da campanha é o ponto central a ser implementado no sistema
político brasileiro,acreditando que apenas com essa medida os demais
pontos terão eficiência."A minha posição é que,tendo o financiamento
público,a eleição pode ser unificada.O eleitor vai ter que votar sete
vezes,de vereador a presidente.Como temos hoje a urna eletrônica,isso
é viável",afirma.
Negociações
Para ele,além de reduzir o custo da realização do pleito,a eleição unificada reduziria as negociações em troca de apoio a cargos eletivos."Não ficaria aquele empurra-empurra de dois em dois anos,apoiando a campanha de prefeito pensando na sua para o Parlamento.Essa questão reduziria custo e traria maior participação das pessoas no pleito eleitoral",explica o comunista.
Para ele,além de reduzir o custo da realização do pleito,a eleição unificada reduziria as negociações em troca de apoio a cargos eletivos."Não ficaria aquele empurra-empurra de dois em dois anos,apoiando a campanha de prefeito pensando na sua para o Parlamento.Essa questão reduziria custo e traria maior participação das pessoas no pleito eleitoral",explica o comunista.
O deputado Chico Lopes pondera,porém,que a
realização de uma única eleição geral para escolher quem ocupará todos
os cargos eletivos só tem sentido para tornar o sistema político mais
democrático e reduzir os gastos se for acompanhado da lista
pré-ordenada,do financiamento público e do fim das coligações."A
campanha se tornaria menos centralizada só no presidente,no governador e
nos prefeitos.Vai também diminuir participação mais unificada de
alguns partidos",acredita o parlamentar,que sugere o pleito em dois
dias seguidos.
"O nosso sistema eleitoral e político precisa ser
modificado.É horrível que as pessoas pensem que todos nós,políticos,somos todos marginais.A coisa mais importante no País é a democracia e a
alternância de poder.Eu fico muito preocupado com quem é contra
financiamento exclusivamente público de campanha.O cidadão não vai
pagar mais por isso.Infelizmente não tenho fé que essa reforma seja
aprovada não",declara o deputado Chico Lopes.
Urgentes
No entendimento do deputado federal José Guimarães (PT),existem pontos urgentes na reforma política,dentre eles as modificações no calendário eleitoral e no financiamento de campanha."Todo mundo fala que é importante (a reforma),mas ninguém tem coragem de assumir e fazer.Essa é nossa meta em 2013.Quero ajudar a mobilizar isso no Congresso Nacional.Vamos deixar de demagogia e aprovar.A democracia tem custo,e ela seria melhor financiada pelo Estado do que por interesses escusos. Isso é fundamental",considera.
No entendimento do deputado federal José Guimarães (PT),existem pontos urgentes na reforma política,dentre eles as modificações no calendário eleitoral e no financiamento de campanha."Todo mundo fala que é importante (a reforma),mas ninguém tem coragem de assumir e fazer.Essa é nossa meta em 2013.Quero ajudar a mobilizar isso no Congresso Nacional.Vamos deixar de demagogia e aprovar.A democracia tem custo,e ela seria melhor financiada pelo Estado do que por interesses escusos. Isso é fundamental",considera.
Para o petista,unificar as
eleições para presidente,governador,prefeito,deputado e senador seria
uma mudança positiva."Regras claras,financiamento público,direitos
iguais e fiscalização confirmariam a segurança das eleições",afirma. Em
relação às alterações que a proposta de um único pleito geral
desencadearia na forma como são firmadas as alianças políticas,Guimarães acredita que haveria contribuição para a formação de alianças
baseadas em programas e não em pessoas.
"Eu acho que o Brasil
caminha rapidamente para a consolidação de partidos.As alianças feitas
atualmente não têm conteúdo programático,temos que acabar com isso,com
esses interesses menores.Defendo o fim das coligações",declara o
parlamentar petista.
Sobre essa questão,o deputado Chico Lopes
concorda que as alianças devem ser baseadas em programas e não em
pessoas."Isso,com o financiamento público,iria acontecer.Por
exemplo,pessoas endinheiradas ajudaram vereadores e já sabem que esses
parlamentares vão trabalhar pra ele pra deputado estadual e federal.O
financiamento público e a eleição unificada acabam com essa história,porque os partidos que devem cuidar de alianças",afirma,reiterando a
necessidade de o Brasil aperfeiçoar as eleições para torná-las cada vez
mais democráticas.
Debates
Há décadas,a Reforma Política é discutida no Congresso.O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,quando assumiu a Presidência da República,prometeu prioridade no que se refere a alterações no sistema político e eleitoral brasileiro.Parlamentares cearenses chegaram a declarar que havia chances reais de a reforma ser aprovada,no ano passado,no Congresso.Porém,embora alguns debates tenham avançado,as propostas continuam sem resolução.
Há décadas,a Reforma Política é discutida no Congresso.O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,quando assumiu a Presidência da República,prometeu prioridade no que se refere a alterações no sistema político e eleitoral brasileiro.Parlamentares cearenses chegaram a declarar que havia chances reais de a reforma ser aprovada,no ano passado,no Congresso.Porém,embora alguns debates tenham avançado,as propostas continuam sem resolução.
Deputados cearenses criticam o fato de a Câmara
Federal e o Senado terem criado duas comissões especiais, uma em cada
Casa Legislativa,para discutir a questão.Para eles,caso houvesse sido
instalada uma única comissão mista,haveria mais chances de que as
matérias avançassem no Congresso Nacional.
A Reforma Política,mais uma vez,ficou para o ano seguinte.Os deputados e senadores
retornarão do recesso parlamentar,em fevereiro próximo,com essa
demanda.Enquanto alguns parlamentares acreditam que haverá celeridade
desta vez,outros estão descrentes de avanços.
SAIBA MAIS
Encaminhado
Foi aprovado no Senado e encaminhado para a Câmara Federal projetos que vedam a transferência de domicílio eleitoral de prefeitos e vice-prefeitos durante o exercício do mandato tratam da cláusula de desempenho partidário nas eleições.
Encaminhado
Foi aprovado no Senado e encaminhado para a Câmara Federal projetos que vedam a transferência de domicílio eleitoral de prefeitos e vice-prefeitos durante o exercício do mandato tratam da cláusula de desempenho partidário nas eleições.
Listas
A proposta que institui o sistema eleitoral proporcional de listas fechadas para a Câmara Federal aguarda para ser reexaminada pela Comissão de Constituição,Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado.
A proposta que institui o sistema eleitoral proporcional de listas fechadas para a Câmara Federal aguarda para ser reexaminada pela Comissão de Constituição,Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado.
Reeleição
A proposta que acaba com reeleição de presidente,governador e prefeito e a que retira a exigência de filiação partidária para disputar eleições foram rejeitadas no Senado.
A proposta que acaba com reeleição de presidente,governador e prefeito e a que retira a exigência de filiação partidária para disputar eleições foram rejeitadas no Senado.
Reproduzida do Diario do Nordeste
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