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Apesar das melhorias, seca deve atingir a região em 2013 |
Os investimentos feitos no Semiárido
nordestino minimizaram fortemente os efeitos da seca,proporcionando
melhores condições aos moradores,embora enfrentem uma das mais graves
das últimos 30 anos,diz Antônio Gomes Barbosa,coordenador do Programa
Uma Terra e Duas Águas, da rede de organizações Articulação no
Semiárido Brasileiro (ASA).
Apesar da avaliação positiva,Barbosa
reconhece que,a partir deste mês,a situação tende a ficar mais grave.As chuvas típicas dos meses de abril e maio ficaram abaixo dos níveis
esperados.Pelas previsões do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe),a chuva pode ficar aquém do previsto na última semana de
novembro.A previsão é que chova em janeiro,em algumas cidades e
abaixo do volume necessário para reverter o cenário.
Segundo Barbosa,o governo não se
preparou para a estiagem, apesar de as organizações alertarem sobre a
possibilidade de agravamento.“Agora temos que ter medidas emergenciais
para garantir comida e água de qualidade para as pessoas e para os
animais.Não tem outra fórmula,mas isto não tem sido feito. Muita água
aque seria distribuída não chega às famílias por falta de estrutura e
porque alguns governos demoram até três meses para pagar os caminhões”,disse.
Para o coordenador da ASA,o problema da
seca no Semiárido “não é um problema da natureza, mas um problema
político”.Barbosa defende a ampliação de investimentos em
infraestrutura hídrica que possibilitariam o convívio das populações
com a seca característica do Semiárido.
Pelas contas da rede de organizações
sociais,a construção de cisternas representaria investimento de R$ 2
bilhões.Somando todas as estruturas necessárias para a região,o valor
chegaria a R$ 11 bilhões,que iriam assegurar,segundo Barbosa,melhores condições para a população enfrentar a próxima estiagem.
“É valor baixo se considerar o Pronaf
(Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) que é de
R$ 19 bilhões. Metade dos agricultores familiares está no Nordeste. Não
se pode pensar em agricultura familiar no Semiárido apenas com
custeio, precisa ter investimento”.
Mais de 10 milhões de pessoas foram
afetadas pela seca deste ano, segundo levantamento do Ministério da
Integração Nacional.A estiagem,apontada como a mais grave das últimas
três décadas, atingiu pelo menos dez estados brasileiros.No Semiárido
nordestino, 1,3 mil municípios estão em situação de emergência.
O governo anunciou investimentos de R$
1,8 bilhão para a construção e ampliação de barragens,adutoras,sistemas de abastecimento e em outras obras para aumentar a oferta de
água no Nordeste e no norte de Minas Gerais.
Os recursos serão usados para financiar
77 projetos em municípios do Semiárido que tiveram decretada situação
de emergência reconhecida pela Secretaria Nacional de Defesa Civil.As
obras serão indicadas pelos governos estaduais e terão prazo de um ano e
meio para conclusão da primeira etapa.
Reproduzida do Jornal do Commercio

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