quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Ceará desperdiça 36,5% de água tratada

Em plena seca que castiga há quase quatro anos o Estado, um estudo divulgado ontem pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), subordinado ao Ministério das Cidades, apontou que o Ceará desperdiçou 36,5% de toda a água tratada em 2013, ano-base em que o estudo foi realizado. Em 2012, o Ceará já havia desperdiçado o mesmo índice, o que denota certa estabilidade de desperdício. 
Ainda segundo o estudo, o ideal é que o índice de desperdício fique abaixo de 20%. Ainda assim, a média cearense ainda se encontra ligeiramente abaixo do índice de desperdício nacional, que, hoje, é de 37% de toda a água tratada. Em relação aos demais estados brasileiros, o Ceará tem a 11ª maior média de desperdícios.
No texto disponibilizado no sítio eletrônico do órgão, a principal causa desses desperdícios são vazamentos em adutoras, redes, ramais, conexões e reservatórios das prestadoras de serviço responsáveis pelo abastecimento aos consumidores. “As perdas compreendem, principalmente, os vazamentos em tubulações da rede de distribuição, provocados, sobretudo, pelo excesso de pressão, habitualmente em regiões com grande variação topográfica”, diz o estudo.
Consumo médio
O consumo médio de água no País é de 166,3 litros por habitante ao dia, uma pequena queda de 0,7% em relação a 2012. Em 2013, os consumos apresentam variações regionais de 125,8 l/hab.dia no Nordeste a 194,0 l/hab.dia no Sudeste. O consumo médio de água por habitante do Ceará é de 128,4 litros
As regiões Norte e Nordeste são as únicas com taxas de desperdício maior que a média nacional, 50,8% e 45% respectivamente. Depois, vêm as regiões Sul (35,1%), Centro-Oeste (33,4%) e Sudeste (33,4%).
Ainda segundo o relatório, “em tempos de escassez hídrica, a gestão de perdas de água tem papel fundamental nas ações estruturantes nos prestadores de serviços. Essas ações, na área de gerenciamento de perdas, consistem basicamente em: modernização institucional visando à melhoria na redução de perdas reais e aparentes de água e o desenvolvimento gerencial; institucionalização de atividades rotineiras relacionadas ao gerenciamento das perdas de água no âmbito dos processos operativos dos sistemas de abastecimento de água; aumento da capacidade de desenvolvimento de projetos para redução de perdas de água; desenvolvimento da capacidade de mobilização e comunicação interna (para os funcionários) e externa (para a comunidade) visando dar sustentabilidade, governabilidade e perenidade aos programas implantados”.
Sugestões
O SNIS recomenda, diante dos índices de perdas muitas vezes elevados, a necessidade dos prestadores de serviços atuarem em ações para a melhoria da gestão, a sustentabilidade da prestação de serviços, a modernização de sistemas e a qualificação dos trabalhadores, dentre outras. Tais ações são intimamente relacionadas à eficiência da administração e, dentre elas, enquadra-se o gerenciamento das perdas de água. O estabelecimento de ações contínuas de redução e controle de perdas assegura benefícios em curto, médio e longo prazos, com eficiência e eficácia. O texto diz ainda que “para isso, fazem-se necessárias informações, como as do SNIS, que propiciem diagnosticar as perdas no País e, posteriormente, orientar a definição de ações de combate às mesmas”.
Abastecimento e saneamento básico
Ao todo, o SNIS apurou informações sobre abastecimento de água em 5.035 municípios, com população urbana de 165,7 milhões de habitantes, assegurando uma representatividade de 90,4% em relação ao total de municípios e de 97,6% em relação à população urbana do Brasil. Para esgotamento sanitário, a quantidade de municípios é de 3.730, e a população urbana de 154,7 milhões de habitantes, uma representatividade de 67,0% em relação ao total de municípios, e de 91,1% referentes à população urbana do Brasil.


Com informações do jornal O Estado

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