O somatório dos homicídios registrados no Ceará nos meses de abril
(351), maio (360) e junho (273 casos, até o último dia 23) deste ano já
chega a 984 mortes. Dessas ocorrências, 162 foram no período da Copa do
Mundo, que teve início no último dia 12. Em Fortaleza, pelo menos 66
pessoas morreram durante o Mundial.
O balanço já extrapola em 3,9% a
meta trimestral para os Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI)
estabelecida pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social
(SSPDS), que é de 947 ocorrências entre abril e junho. É o que aponta
levantamento do O POVO, com base nos dados preliminares da SSPDS.
A
expectativa dos órgãos de segurança, agora, é que apenas a meta mensal
para o mês de junho seja cumprida. Para tanto, é necessário que os
homicídios não ultrapassem o limite de 340 casos, ficando 6% abaixo das
mortes ocorridas no mesmo período do ano passado, quando 362 pessoas
foram assassinadas. Para alcançar o objetivo, a SSPDS conta com o
reforço no efetivo da segurança em Fortaleza, que durante a Copa envolve
aproximadamente sete mil homens, de diferentes órgãos.
“Muito
embora essa meta geral não tenha sido atingida, estamos contribuindo
positivamente para uma redução. Nosso objetivo maior é salvar vidas. Se
fizermos isso, já estamos fazendo muito. A diferença é que batendo as
metas teremos um bônus pecuniário por isso. Mas nosso objetivo é salvar
vidas”, justificou o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Lauro
Prado.
De acordo com o coronel, apesar da certeza que a meta
geral do Estado não será atingida, haverá redução nos homicídios
registrados em parte das 18 Áreas Integradas de Segurança (AIS’s) em que
o Ceará está dividido. Prado, contudo, não antecipou quais são elas.
“Ainda que minimamente, já temos alguma redução. Mas elas só serão
sentidas ao longo do tempo. Até pelo trabalho social que deve ser
desenvolvido por outras secretarias de Estado. Porque segurança não é
apenas um papel da Polícia. É resultado de uma integração de forças”.
Passada
a Copa do Mundo, Fortaleza ainda terá a segurança reforçada por pelo
menos dois dias. A Capital sediará a VI Cúpula do Brics, grupo formado
por países emergentes (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Os
líderes desses países estarão reunidos no Ceará, nos dias 15 e 16 de
julho. Nesse intervalo, a segurança proporcionada por órgão federais
deverá ser mantida na Capital, segundo o coronel. Ele defende, contudo,
que a tarefa de garantir a segurança do cearense continua sendo
exclusivamente da PM.
“Não alteramos em nada a dinâmica do
policiamento ordinário. O que fizemos foi escalar as pessoas que estavam
de folga na prontidão, caso houvesse alguma situação extraordinária,
como os caos de manifestação nos dias de jogos. Mas a presença de forças
como o Exército nas ruas nos ajudam muito, embora eles tenham a função é
de defesa do território. A tarefa de Polícia ostensiva continua
conosco”, concluiu.
Saiba mais
No
total, Fortaleza teve, este ano, 1.022 homicídios. No mesmo intervalo,
a Região Metropolitana registrou 473 casos de CVLI. Já no Interior,
houve 737 casos.
Considerando apenas o mês de junho (até o
dia 23), nenhuma ocorrência havia sido registrada na AIS-18. Composta
pelos municípios de Tauá, Quiterianópolis, Parambu, Arneiroz, Aiuaba,
Catariana, Mombaça e Piquet Carneiro, desde o início do ano, houve 15
assassinatos naquela área. O saldo é o mesmo da AIS-6, que corresponde a
parte da orla da Capital.
Das 273 mortes registradas em
junho, 232 foram provocadas por disparos de arma de fogo. Outras 20 se
deram com o uso de arma branca. No restante dos casos, a arma utilizada
não foi informada.
Em 2013, o Ceará registrou 4.462 homicídios. Para este ano, a SSPDS espera que esse número fique abaixo de 4.194 mortes.
As
estatísticas de abril, maio e junho referentes aos Crimes Contra o
Patrimônio (CVP), que levam em conta todos os tipos de roubo, exceto
latrocínio, ainda não foram divulgadas. O motivo, segundo a SSPDS, é que
o Sistema de Informação Policial (SIP) está passando por migração para
plataforma Web.
Números
Confira o volume de homicídios registrados no Estado este ano:
Janeiro: 408 (18,6% a mais. Limite era de 344 mortes)
Fevereiro: 394 (38% a mais. Limite era de 286 casos)
Março: 479 (14% a mais. Limite era de 420 assassinatos)
Abril: 351 (26% a mais. Limite era de 279)
Maio: 360 (10% a mais. Limite era de 327)
Junho: 273 (até dia 23. Limite para o mês inteiro é de 340)
Total: 2.265 (limite para 2014 é de 4.194 homicídios)
Para entender
O
Programa “Em Defesa da Vida” é uma política de segurança pública que
começou a ser implantada em dezembro de 2013 no Ceará. Foram
estabelecidas metas para a redução de Crimes Violentos Letais
Intencionais (CVLI), que incluem homicídios e latrocínios (roubo
seguido de morte), afixada em 6%. Já para os Crimes Contra o Patrimônio
(CVP), que leva em conta todos os tipos de roubos, a redução deve ser
de 20%.
O programa também estabelece premiações
trimestrais para os agentes de segurança que ajudarem a cumprir as
metas. Dentro do modelo de gestão, o Estado foi dividido em 18 regiões
geográficas, chamadas de Área Integrada de Segurança (AIS). Somente a
Capital concentra seis AISs (1 a 6). Cada uma das AISs tem um
representante direto das Polícias Militar, Civil e Corpo de Bombeiros.
Serviço
Acesse dados de homicídios no site da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social
Link: http://migre.me/k7o3mCom informações do O Povo Online
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