O ex-presidente disse que o Brasil tem "uma dívida histórica" com os adolescentes (Foto:Ricardo Stuckert/Instituto Lula) |
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a iniciativa da
Câmara de aprovar em primeiro turno a redução da maioridade penal para
crimes graves, como homicídio e estupro. Para o petista, a iniciativa joga "nas costas de meninos de 16 anos a responsabilidade de coisas que os governos não fazem".
Lula disse que fazia a observação como alguém que sabe que ficou no
governo por oito anos e que tem uma aliada no Planalto, a presidente
Dilma Rousseff, há quatro. "Será que o Estado brasileiro cumpriu com
suas obrigações com os jovens de 16, 17 anos? Será que oferecemos a
educação necessária? Na cidade, no Estado? Será que oferecemos
oportunidades para esses jovens terem opção?", questionou Lula, nesta
sexta-feira (3), em discurso à FUP (Federação Única dos Petroleiros).
O ex-presidente disse que o Brasil tem "uma dívida histórica" com os
adolescentes. Para ele, o Estado não cumpriu suas obrigações e acha que
vai acabar com a violência "colocando os meninos na cadeia".
O petista disse ainda que sabe que a iniciativa tem apoio popular. "Sei
que é um tema que se for pra plebiscito ganha, como talvez ganhe a pena
de morte [se for a voto da população]. Mas o Estado tem obrigação de
saber se está cumprindo a sua obrigação", provocou.
"Essa meninada está precisando de oportunidade, não de cadeia. Tem
violência, tem, todo mundo sabe, mas de quem é a culpa?", concluiu. Ele
conclamou os sindicatos a defenderem não só melhorias nos salários, mas a
democracia e o estado de direito. "Hoje não podemos só brigar por 10%
de aumento", afirmou.
Entre a primeira e a segunda votação, 28 parlamentares mudaram de
opinião -dos quais 24 passaram a votar a favor de baixar a maioridade.
As informações são da Folhapress
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