O maior desafio, em todas as cidades onde existe o serviço, é combater a oferta ilegal (Fotos: Ellen Freitas) |
A maioria dos moradores de cidades do Interior do Ceará teria
dificuldade para chegar a algum lugar se não fosse um serviço de
transporte que surgiu na informalidade e procura se organizar no Estado,
o de mototáxi. Além de Fortaleza, Caucaia, Maracanaú e
Maranguape; apenas Juazeiro
do Norte e Crato, no Cariri; e Sobral, na Zona Norte, contam
com linhas regulares de ônibus entre os bairros.
No restante do Estado, quem não possui transporte próprio e não quer
demorar a chegar ao seu destino tem o serviço de aluguel sobre duas
rodas como principal opção.
Ainda não existem dados oficiais no Estado, mas de acordo com os
representantes da categoria, a população das 184 cidades do Estado do
Ceará tem esse tipo de transporte de aluguel como alternativa.
Para os moradores, ao longo dos últimos anos, se tornou uma necessidade
cotidiana, a ponto de ser reconhecido como utilidade pública, ao mesmo
tempo propiciando milhares de empregos. Por esses motivos, a maioria dos
mototaxistas está procurando se organizar e se regulamentar para
oferecer um serviço de qualidade para os usuários.
Quixadá, no Sertão Central, é um exemplo. Preocupado com a imagem de quem realmente é profissional desse tipo de serviço, o presidente da Associação dos Mototaxistas de Quixadá (AMOQ), Cristiano Lopes, está procurando conscientizar quem está exercendo a atividade na clandestinidade a se regulamentar de acordo com a Lei e a se profissionalizar, com a adequação da motocicleta às normas exigidas, como também com cursos de formação para os condutores. Atualmente, apenas 100 deles estão associados à AMOQ. Entretanto, outros 900 estão irregulares na cidade, estima.
Na avaliação do líder sindical, o Município já está começando a cumprir o seu papel, apesar da falta de fiscalização por parte do órgão municipal de trânsito. O serviço já foi regulamentado em Quixadá, em 2013. Com ele, foi inclusive definido o número de vagas para mototáxi, quatro para cada 250 habitantes.
Com a norma, tendo como base os levantamentos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até 1.280 profissionais regulamentados poderão circular pela cidade. O custo do serviço, por cada deslocamento na área urbana é de R$ 3,00.
Nas rodovias
Diariamente, milhares de moradores da cidade de Iguatu, na região Centro-Sul do Ceará, utilizam o mototáxi para o transporte de pessoas e de produtos. O serviço se espalhou rapidamente e chegou também aos pequenos centros urbanos do Interior. Até nas rodovias que dão acesso aos distritos mais povoados e vilas rurais há mototaxistas à espera de clientes que chegam de ônibus ou de vans.
Sem transporte público regular, os mototaxistas conduzem os moradores do centro para a periferia e vice-versa. Somente em Iguatu, são registrados, na Prefeitura, cerca de 600 profissionais, que seguem exigências legais de cadastro em um posto, colete com numeração e placa vermelha. As áreas de estacionamento são demarcadas pelo Demutran. As motos ainda não são padronizadas, mas recebem adesivos com identificação. A corrida em média custa R$ 5,00.
Em Russas, no vale do Jaguaribe, o grande desafio da classe é combater o serviço ilegal de transporte de passageiros em motocicletas. De acordo com o presidente do Sindicato dos Mototaxistas de Russas, Cosmo Silva, o número de ilegais diminuiu muito, mas ainda segue como um desafio da associação em parceria com o Departamento Municipal de Trânsito.
>Serviço de Sobral é considerado modelo
Quixadá, no Sertão Central, é um exemplo. Preocupado com a imagem de quem realmente é profissional desse tipo de serviço, o presidente da Associação dos Mototaxistas de Quixadá (AMOQ), Cristiano Lopes, está procurando conscientizar quem está exercendo a atividade na clandestinidade a se regulamentar de acordo com a Lei e a se profissionalizar, com a adequação da motocicleta às normas exigidas, como também com cursos de formação para os condutores. Atualmente, apenas 100 deles estão associados à AMOQ. Entretanto, outros 900 estão irregulares na cidade, estima.
Na avaliação do líder sindical, o Município já está começando a cumprir o seu papel, apesar da falta de fiscalização por parte do órgão municipal de trânsito. O serviço já foi regulamentado em Quixadá, em 2013. Com ele, foi inclusive definido o número de vagas para mototáxi, quatro para cada 250 habitantes.
Com a norma, tendo como base os levantamentos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até 1.280 profissionais regulamentados poderão circular pela cidade. O custo do serviço, por cada deslocamento na área urbana é de R$ 3,00.
Nas rodovias
Diariamente, milhares de moradores da cidade de Iguatu, na região Centro-Sul do Ceará, utilizam o mototáxi para o transporte de pessoas e de produtos. O serviço se espalhou rapidamente e chegou também aos pequenos centros urbanos do Interior. Até nas rodovias que dão acesso aos distritos mais povoados e vilas rurais há mototaxistas à espera de clientes que chegam de ônibus ou de vans.
Sem transporte público regular, os mototaxistas conduzem os moradores do centro para a periferia e vice-versa. Somente em Iguatu, são registrados, na Prefeitura, cerca de 600 profissionais, que seguem exigências legais de cadastro em um posto, colete com numeração e placa vermelha. As áreas de estacionamento são demarcadas pelo Demutran. As motos ainda não são padronizadas, mas recebem adesivos com identificação. A corrida em média custa R$ 5,00.
Em Russas, no vale do Jaguaribe, o grande desafio da classe é combater o serviço ilegal de transporte de passageiros em motocicletas. De acordo com o presidente do Sindicato dos Mototaxistas de Russas, Cosmo Silva, o número de ilegais diminuiu muito, mas ainda segue como um desafio da associação em parceria com o Departamento Municipal de Trânsito.
>Serviço de Sobral é considerado modelo
Aproximadamente 700 motociclistas fazem parte do sistema de
transporte público desta cidade, considerado um dos sistemas de
mototaxistas mais organizados do Interior. Além deles, topics, ônibus e
um Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) compõem o sistema de transporte de
Sobral.
Cadastrados pela Prefeitura, cada mototaxista recebe capacete,
bata e tem direito a um reserva, que também deve ser indicado no ato do
cadastramento. Periodicamente, todos devem ser recadastrados, segundo o
titular da Secretaria de Conservação e Serviços Públicos, Jorge
Trindade.
De acordo com ele, o último ocorreu em fevereiro, "visando renovar o cadastro, a fim de oferecer segurança aos profissionais e passageiros". No ato do recadastramento são exigidos Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo (CRLV), Carteira Nacional de Habilitação CNH, comprovante de endereço, certidão de quitação eleitoral, certidão criminal da Justiça Federal e Estadual, comprovante de pagamento da taxa da Prefeitura Municipal de Sobral e certificado de conclusão do curso de direção defensiva ministrado pelo Departamento Estadual de Trânsito do Ceará (Detran-CE).
A passagem tabelada é de R$ 2,80 para dentro da cidade, mas, para fora da área urbana, os valores são negociados entre motorista e passageiro. Quando esse valor não é respeitado, o passageiro tem um número na Prefeitura para que seja feita a denuncia. "Sendo apurada a veracidade do fato, e, dependendo do tipo de infração, o mototáxi pode ser advertido e até ter seu cadastro cancelado", explica Trindade.
Piratas
Um dos grandes desafios é o uso de mototáxis piratas, que cobram mais barato para ter a preferência de clientes, por vezes moradores de bairros mais distantes do Centro. Roberta Sousa, moradora da Cohab Três, afirma: "Os mototaxistas licenciados pela Prefeitura sempre querem dinheiro a mais para uma corrida do Centro pra cá. Isso quando querem vir. Dependendo do dia, eles não fazem a corrida, mesmo que se pague a mais".
Quando denunciado, o motociclista suspeito é abordado, autuado em flagrante e levado para a Delegacia Civil, onde é feito um Termo de Ocorrência Circunstanciada (TCO). Após o procedimento, responde no âmbito jurídico. De acordo com as denúncias, os principais pontos dos mototaxistas piratas ficam nas proximidades da Fábrica Lassa; o Posto 13, na BR-22; e próximo ao Pinheiro Supermercado.
De acordo com o Sindicato de Mototaxistas de Sobral, segundo Lei Municipal, eles trocam obrigatoriamente de moto a cada quatro anos e participam de cursos de capacitação. Também é obrigatório que não tenham passagem pela Polícia.
De acordo com ele, o último ocorreu em fevereiro, "visando renovar o cadastro, a fim de oferecer segurança aos profissionais e passageiros". No ato do recadastramento são exigidos Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo (CRLV), Carteira Nacional de Habilitação CNH, comprovante de endereço, certidão de quitação eleitoral, certidão criminal da Justiça Federal e Estadual, comprovante de pagamento da taxa da Prefeitura Municipal de Sobral e certificado de conclusão do curso de direção defensiva ministrado pelo Departamento Estadual de Trânsito do Ceará (Detran-CE).
A passagem tabelada é de R$ 2,80 para dentro da cidade, mas, para fora da área urbana, os valores são negociados entre motorista e passageiro. Quando esse valor não é respeitado, o passageiro tem um número na Prefeitura para que seja feita a denuncia. "Sendo apurada a veracidade do fato, e, dependendo do tipo de infração, o mototáxi pode ser advertido e até ter seu cadastro cancelado", explica Trindade.
Piratas
Um dos grandes desafios é o uso de mototáxis piratas, que cobram mais barato para ter a preferência de clientes, por vezes moradores de bairros mais distantes do Centro. Roberta Sousa, moradora da Cohab Três, afirma: "Os mototaxistas licenciados pela Prefeitura sempre querem dinheiro a mais para uma corrida do Centro pra cá. Isso quando querem vir. Dependendo do dia, eles não fazem a corrida, mesmo que se pague a mais".
Quando denunciado, o motociclista suspeito é abordado, autuado em flagrante e levado para a Delegacia Civil, onde é feito um Termo de Ocorrência Circunstanciada (TCO). Após o procedimento, responde no âmbito jurídico. De acordo com as denúncias, os principais pontos dos mototaxistas piratas ficam nas proximidades da Fábrica Lassa; o Posto 13, na BR-22; e próximo ao Pinheiro Supermercado.
De acordo com o Sindicato de Mototaxistas de Sobral, segundo Lei Municipal, eles trocam obrigatoriamente de moto a cada quatro anos e participam de cursos de capacitação. Também é obrigatório que não tenham passagem pela Polícia.
FIQUE POR DENTRO
Pioneirismo no País foi da cidade de Crateús
O primeiro serviço de transporte alternativo de pessoas em motocicletas, conhecido popularmente como mototáxi, surgiu na década de 1990, em Crateús, cidade localizada na região dos Inhamuns. A ideia foi trazida por um bancário que tinha acabado de chegar de Londres. Ele se juntou à proprietária de um pequeno restaurante e montou o primeiro ponto no Brasil. Logo, o mototáxi ganhou fama e espaço, e, em pouco tempo, várias cidades do Ceará adotaram esse sistema. A ideia se espalhou por todo o País. Atualmente, cerca de 47% dos municípios brasileiros contam com esse serviço. No Nordeste, esse número pode chegar a 78%.
Pioneirismo no País foi da cidade de Crateús
O primeiro serviço de transporte alternativo de pessoas em motocicletas, conhecido popularmente como mototáxi, surgiu na década de 1990, em Crateús, cidade localizada na região dos Inhamuns. A ideia foi trazida por um bancário que tinha acabado de chegar de Londres. Ele se juntou à proprietária de um pequeno restaurante e montou o primeiro ponto no Brasil. Logo, o mototáxi ganhou fama e espaço, e, em pouco tempo, várias cidades do Ceará adotaram esse sistema. A ideia se espalhou por todo o País. Atualmente, cerca de 47% dos municípios brasileiros contam com esse serviço. No Nordeste, esse número pode chegar a 78%.
As informações são do Diário do Nordeste
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