Criadores, proprietários rurais e representantes de comunidades têm
se mostrado preocupados com a onda de roubos ocorridos em casas e
fazendas da zona rural de Canindé, distante 115 quilômetros de
Fortaleza. Animais e equipamentos agrícolas são os principais alvos dos
bandidos, segundo a Polícia.
Vítimas relataram diversas ocorrências em novembro, inclusive assaltos a
residências. Os proprietários lamentam que, além da seca, os prejuízos financeiros
têm crescido a cada dia devido à prática criminosa das quadrilhas que
agem dizimando os rebanhos, além do furto de equipamentos como motores
agrícolas, kits de irrigação e bombas hidráulicas.
Investigação
O inspetor de Polícia Civil, Chesman de Castro Viana, informou que já
foi feito o levantamento de nomes de suspeitos e que policiais da
Delegacia Regional de Canindé estão trabalhando em busca dos criminosos.
Entretanto, os trabalhos esbarram no medo das vítimas em denunciar. "Um
dos problemas ainda é a omissão das vítimas que não procuram a
Delegacia para fazer boletim de ocorrência", comentou.
A reportagem acompanhou na última terça-feira (16) uma operação
policial na zona rural de Canindé em busca dos suspeitos. Foram
visitadas fazendas, localidades e áreas de currais, onde os animais
pernoitam.
Durante a caçada aos criminosos, os policiais revistaram casas,
abordaram suspeitos, entre eles motociclistas e motoristas, mas ninguém
foi preso.
"Estamos na pista dessa gente que aproveita regiões mais distantes para
agir. Não vamos parar enquanto não pegarmos esses ladrões no
flagrante", disse um policial, que pediu para não ser identificado.
Medo
O criador Noberto Soares dos Santos, de Canindé, disse que a Polícia
tem atendido a todos os chamados feitos, porém, os criminosos têm
aparentado um planejamento e só agem quando as autoridades estão
distante.
"Aqui ninguém consegue mais dormir direito. Passamos muitas noites à
espera do pior. Quando escutamos barulhos de carros ou latidos de
cachorros, já começamos a pensar que a coisa vai piorar'', diz o
pecuarista.
O comandante do 4º Batalhão de Polícia Militar tenente-coronel Natanael Cavalcante diz estar confiante.
"Será uma questão de tempo. Vamos colocar as mãos nessas quadrilhas que
vêm agindo na região, roubando animais sem nenhuma preocupação. Já
temos vários nomes. O processo de investigação corre sob segredo de
Justiça", disse.
Com informações do repórter Antonio Carlos Alves, do Diário do Nordeste
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